O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro tomou posse na manhã desta sexta-feira (10) para um terceiro mandato. A posse ocorre meses depois de se declarar vencedor das eleições, que foram altamente contestadas nacionalmente e internacionalmente, inclusive pelo Brasil.
Nesta terça-feira, o ex-candidato à presidência do país, Enrique Márquez, foi preso acusado de tentativa de golpe de Estado. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não reconhece a vitória de Maduro e apoia a convocação de novas eleições. No mesmo contexto, os EUA buscam informações para justificar a prisão do chefe de estado venezuelano, oferecendo 25 milhões de dólares.
A Venezuela está com conturbações diplomáticas, o país retirou os representantes do Paraguai após o governo reconhecer Márquez como o vencedor das eleições. Maduro também acusa a Argentina de articular ações desestabilizadoras no país.
Brasil
Quando os resultados das eleições foram divulgados, o presidente Lula solicitou que as atas detalhadas fossem publicadas, o que não foi feito. Somente nesta quarta-feira (8), na Cidade do Panamá, as atas foram divulgadas pelo líder da oposição venezuelana, Edmundo González, ao presidente do Panamá, José Raul Mulino. A oposição afirma que o documento valida a derrota de Maduro nas eleições de 2024.
O Brasil enviou representante para a posse de Maduro, a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira. Enquanto isso, ministros do governo Lula criticam abertamente a posse do chefe de estado.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, classificou o terceiro mandato de Maduro como um ataque direto aos valores democráticos e ressaltou a importância do respeito à liberdade para o futuro da Venezuela. O ministro dos Transportes, Renan Filho, classificou como um desrespeito à democracia e ilegítimo. Ele ainda destacou que a Venezuela vive sob um regime autoritário, no qual a soberania popular é continuamente ignorada.