A queda-de-braço entre o Planalto e o Banco Central vem ganhando contornos definidos. Aliados e integrantes do primeiro escalão do governo vem ampliando as críticas à política de juros promovida por Roberto Campos Neto, presidente da instituição.
Deputados e senadores governistas já avisaram que vão convidar Campos Neto ao Congresso para explicar o porquê da não redução da taxa de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – **o BC manteve a taxa de juros em 13,75% pela 4ª reunião consecutiva, desde setembro de 2022**.
O presidente Lula vem fazendo duras críticas à postura do BC. Para o petista, a taxa nas alturas impede qualquer projeção de crescimento do país. “_O Brasil precisa voltar a crescer. Não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%_”, apontou na semana passada.
Lula sinalizou que pode propor uma revisão da independência dos mandatos da instituição, que atualmente não respeitam a sincronia eleitoral. Ele lembrou a boa relação com o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles. “_O que acontece é que a gente conversava. Esse país está dando certo? Esse país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Roberto Campos Neto, presidente do BC) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente_”, ameaçou.
Nesta quarta-feira (8), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que um dos temas discutidos na reunião de Lula com líderes partidários foi justamente a taxa de juros no País. De acordo com ele, o debate foi ancorado pelos aliados do Planalto.
“_As autoridades monetárias também têm que contribuir com aquilo que saiu das urnas_”, declarou o líder aos jornalistas, após reunião. De acordo com ele, o Brasil não pode conviver com “_taxas de juros desse tamanho_”.
“_O País precisa discutir esse assunto BC e taxa de juros_”, comentou. Contudo, Guimarães disse que não foi discutido o texto do PSOL que propõe revogação da autonomia do BC.
O deputado destacou que a conversa foi para tratar os desafios do País e a retomada econômica. Uma das prioridades será, segundo ele, a reforma tributária. “_Mesmo partidos independentes como Cidadania fizeram gesto muito forte no Conselho Político_”, comentou.
Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também estava na reunião, falou sobre as Medidas Provisórias (MPs) do Carf e do Coaf.
**Panos quentes**
Enquanto alguns governistas batem, outros assopram e buscam conciliar o clima. Com os ataques frequentes de Lula, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que, além de não ter nenhuma proposta do governo para rever a autonomia do órgão, não há nenhuma pressão sobre “_qualquer mandato_”, em referência ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Padilha revelou que o presidente Lula vai indicar “_nomes qualificados_” para a diretoria do Banco Central para ajudar a autoridade monetária a cumprir as metas.
Após o tom duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), Lula passou a cogitar indicar nomes para se contrapor ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, no colegiado. Alas do governo, porém, tentam uma conciliação entre Lula e o BC e continuam afirmando que a indicação será técnica. O mandato dos diretores Bruno Serra, de Política Monetária, e Paulo Souza, de Fiscalização, termina no dia 28 de fevereiro. Souza tem disposição de renovar o mandato, mas Serra já indicou que vai deixar o órgão.
“_O presidente Lula no passado indicou presidente do BC e diretores que tiveram competência. O presidente Lula vai ter a mesma competência de indicar ótimos diretores do BC_”, disse, após reunião do Conselho Político de Coalizão no Palácio do Planalto.
Em meio aos ataques diretos e às críticas de Lula ao nível de juros e das metas e à autonomia do BC, Padilha ainda afirmou que tem certeza que Lula sempre terá relação harmônica com o órgão. “_O governo está muito tranquilo no diálogo, respeitando a autonomia do BC_”, apontou.
_Com Estadão Conteúdo_
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