O Republicanos avalia lançar o ex-deputado federal Cabo Daciolo como candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano. A possibilidade começou a ser estudada pelos caciques da legenda após o rompimento do partido com o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição.
Os integrantes da legenda trabalham com três cenários para o processo eleitoral deste ano: uma coligação com o PL, do deputado federal Alexandre Ramagem, a candidatura própria ou uma, agora, improvável aliança com Paes. O presidente estadual da sigla, Wagner Carneiro, não descarta a retomada das conversas com o chefe do Executivo carioca, mas, de acordo com aliados do prefeito, “não há mais clima para a coligação”.
Em 2018, Daciolo disputou a Presidência da República pelo Patriota e ficou em sexto lugar, com 1,3 milhão de votos (1,26%), à frente de Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede). Em 2020, integrantes do PL chegaram a fazer campanha interna no partido para que Daciolo fosse o nome apoiado para as eleições municipais. O plano não foi levado adiante.
CABO DACIOLO
(PRÉ – CANDIDATO A PREFEITO DO RIO DE JANEIRO 2024 🙌🏽)@PapoNaColina @Ao_Vascotudo @VascodaGama @NewsAlmirantee @newscolina @forcajovem70 https://t.co/7XJrqjpSYW— Cabo Daciolo (@CaboDaciolo) April 24, 2024
O prefeito do Rio exonerou, na terça-feira (4), o secretário de Habitação, Marcus Vinicius Medina Costa, aliado político do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. O movimento de Paes desfez uma aliança costurada com o Republicanos para as eleições municipais e afastou o grupo de Waguinho, do ex-prefeito da capital Marcelo Crivella e Cunha da campanha à reeleição.
Um dos motivos apontados por aliados do prefeito do Rio de Janeiro para o rompimento com o Republicanos foi o cancelamento de uma licitação em andamento que beneficiaria a ONG Contato, investigada por contratos com a Fundação Ceperj e com ligações com o clã Brazão, denunciados como mandantes da morte da vereadora Marielle Franco. Segundo interlocutores de Paes, havia uma pressão do grupo do Republicanos para que a licitação fosse levada adiante.
Já o Republicanos nega que o desembarque do governo tenha qualquer ligação com a licitação em andamento que beneficiaria a Contato. Em nota, o partido diz que Paes não cumpriu os compromissos assumidos com a sigla ao firmar a aliança.
“O verdadeiro motivo da nossa saída deveu-se a que, na prática, nenhum dos compromissos assumidos com o partido, quando aceitamos firmar a aliança, foram cumpridos, onde filiações de candidatos na legenda não foram feitas, nomeações saindo A conta-gotas, a maioria travadas, obras prometidas e não iniciadas, sem a menor garantia de sua real execução, além do impacto no resultado da nossa chapa de vereadores, desses compromissos assumidos, mas não realizados a contento”, diz o Republicanos.
O partido de Waguinho, um dos aliados mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que vinha costurando a aproximação de Paes com o Republicanos, diz ainda que “a relação de confiança foi quebrada, pelas insinuações divulgadas acerca dessa suposta contratação, onde frisa-se, que os reais vencedores dessa licitação, já prestam serviços a prefeitura em outras secretarias, além de também prestarem serviços em emendas parlamentares de deputados aliados do prefeito, sem qualquer indício de nenhuma irregularidade”.