Aos 90 anos, Giorgio Armani continua a encantar com sua visão refinada da alta-costura. Sua coleção primavera-verão 2025, batizada de Lumières (luzes, em francês), foi o grande encerramento do segundo dia da Semana de Moda de Alta-Costura de Paris, nessa terça-feira (28).
“A luz se move em sua própria velocidade, cruzando eras e pensamentos, lugares e fantasias. Capturar a imaterialidade cintilante do que brilha na roupa é um sonho que se repete com o tempo”, destacam as notas da maison.
Com essa coleção, Armani construiu um guarda-roupa para uma mulher autêntica, sofisticada e cosmopolita, que transita por culturas e estéticas distintas. O desfile traduziu essa volta ao mundo através de silhuetas fluidas e poderosas, texturas ricas e detalhes preciosos. O caminho dessa mulher atravessa as formas e cores da China, as paisagens da Polinésia convertidas em estampas e bordados aquarelados, a opulência da Índia, a elegância minimalista do Japão e o refinamento do norte da África—tudo com uma leveza quase etérea, como pinceladas de luz sobre a passarela.
A cartela de cores reforçou essa narrativa sofisticada, transitando entre tons de cinza, bege, vinho, vermelho, rosa, preto e azul-marinho. Armani investiu pesado na sofisticação dos tecidos cintilantes, com o uso de cetim, organza e transparências estratégicas. Os bordados em cristais, além das estampas florais, trouxeram ainda mais elegância para a coleção.
A alfaiataria, sempre um ponto forte da marca, apareceu repaginada, com peplums estruturados, assimetrias inesperadas e decotes profundos em V que conferiam sensualidade à precisão dos cortes. Babados, plissados e camadas adicionaram movimento e fluidez, enquanto paetês e franjas garantiram um brilho sutil e sofisticado.
O resultado foi uma coleção que exala luxo sem excessos, combinando a tradição impecável da costura italiana com uma interpretação contemporânea da luz e de sua presença nos tecidos e silhuetas.