Tiago Fernandes O governador Ibaneis Rocha firmou um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para expandir nacionalmente a campanha Cartão Vermelho para o Racismo, inicialmente lançada no DF. A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), agora será incorporada oficialmente a competições como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e torneios femininos organizados pela CBF, ampliando sua visibilidade e impacto.
Em conversa com o GPS|Brasília, Gustavo Rocha, Secretário de Estado da Casa Civil do DF, afirmou que a expansão da campanha representa um marco para o governo local no enfrentamento ao racismo e na promoção da igualdade.
“A iniciativa da Sejus começou em jogos acontecidos aqui, foi testada e aprimorada em partidas fora do DF e agora deve alcançar milhões de torcedores em estádios de todo o Brasil. Essa ação demonstra que políticas públicas bem estruturadas podem gerar resultados concretos e duradouros, utilizando o esporte como uma poderosa ferramenta de conscientização e transformação social”.
Já o governador Ibaneis Rocha fez questão de destacar que é possível unir esporte e cidadania.
Essa campanha nasceu aqui e agora vai ganhar o Brasil inteiro devido à sua importância. O futebol é paixão nacional e não pode conviver com qualquer forma de discriminação”, salientou o governador.
A campanha inclui diversas ações práticas e simbólicas: distribuição de cartões vermelhos ao público nos estádios, exibição de mensagens antirracistas nos telões e backdrops, além de programas de letramento racial para jogadores e comissões técnicas. De acordo com a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, “esse acordo com a CBF firma o compromisso do futebol brasileiro em protagonizar espaço para que a gente fale da questão da igualdade racial”, destacando que a campanha já havia chamado atenção em outras regiões do país.
A execução das atividades será dividida entre a Sejus-DF e a CBF. A Secretaria ficará responsável pela identidade visual, impressão e distribuição dos materiais no DF, além de coordenar as ações educativas e apoiar estados interessados em replicar a campanha. A CBF cuidará da articulação com clubes, federações e árbitros para garantir a realização dos atos simbólicos e a divulgação em seus canais oficiais. Um comitê acompanhará os resultados ao longo dos 24 meses de vigência do acordo.
Para o presidente da CBF, Samir Xaud, a parceria marca um avanço essencial no combate à discriminação. “O futebol é de todo mundo, e não aceita mais esse tipo de atitude. Temos que ser duros contra o racismo e qualquer forma de discriminação”.
A campanha é respaldada pela Lei Vinícius Júnior (Lei nº 22.084/2024), e já esteve presente em jogos importantes, como Vasco x Palmeiras, com ações que reforçaram o repúdio coletivo ao racismo nos estádios.
*Com informações da Agência Brasília
