Conhecido por sua rica culinária, o Pará é um dos maiores polos gastronômicos do Brasil. Pratos como o tacacá, maniçoba e o pato no tucupi encantam os paladares locais e também conquistam visitantes do mundo inteiro com seus sabores diferentes e ingredientes únicos da floresta amazônica. Em meio a essa herança cultural, Belém, capital paraense, será cenário para a próxima edição COP30, que em 2025, traz uma proposta inovadora.
Para apoiar os estabelecimentos locais nesse momento, o projeto Belém Gastronomia Sustentável, idealizada pela ProVeg Brasil e pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), oferece consultoria gratuita para estabelecimentos gastronômicos da cidade, com foco na ampliação de cardápios alinhados às exigências ambientais da nova era. Restaurantes, bares, cafés e hotéis são convidados a repensar seus menus, priorizando ingredientes vegetais, fornecedores locais e práticas que reduzam o desperdício.
“Nossa proposta é que os estabelecimentos ampliem suas opções de refeições à base de vegetais, reduzam o desperdício de alimentos e, sempre que possível, optem por fornecedores locais e agroecológicos, valorizando a sociobiodiversidade da Amazônia”, explica Stefany Guerreiro, gerente de Projetos de Alimentação e Nutrição da ProVeg Brasil.
O programa de consultoria vai além da sugestão de pratos. Ele inclui treinamento de equipes, criação de receitas exclusivas, assistência no fornecimento de ingredientes e apoio na comunicação com o público, além de estratégias de divulgação.
“Nossa prioridade é respeitar o perfil de cada estabelecimento e sugerir orientações práticas que ajudem os negócios a se posicionarem estrategicamente nessa nova oportunidade”, destaca Michelle Letran, gerente de Campanhas e Políticas Alimentares da SVB.
Um dos primeiros estabelecimentos a aderir à consultoria foi o restaurante Box 49, conhecido no mercado do Ver-o-Peso. No local, a equipe já começou a testar receitas como a Isca Gosto do Mar, um prato surpreendente feito com feijão, limão, alho, azeite e temperos amazônicos, que promete agradar até os paladares mais exigentes.
“Eu e minhas colaboradoras somos muito gratas pelo treinamento que recebemos, foi maravilhoso. Ficamos muito satisfeitas com tudo que aprendemos”, comemora Eliana Ferreira, proprietária do restaurante.
A busca por cardápios sustentáveis vem se tornando tendência mundial, e a COP30 funciona como catalisador para que a Amazônia se destaque também no setor gastronômico. Ao incorporar práticas conscientes, Belém transforma sua culinária em um poderoso instrumento de educação ambiental, inclusão social e valorização da floresta. A consultoria do projeto Belém Gastronomia Sustentável está com agenda aberta a partir de julho. Interessados podem agendar uma conversa inicial pelo site.
A sustentabilidade começa no prato
Estudos mostram que substituir a carne por uma fonte de proteína vegetal pode reduzir em até 90% as emissões de gases de estufa de uma refeição, além de usar 99% menos terra e 68% menos água doce para a produção do alimento.
Estima-se que Belém receberá 50 mil visitantes durante a COP30. “É um público que, pela temática da Conferência, tem interesse em combater a crise climática, e por isso espera-se que muitos vão dar preferência a uma alimentação sustentável, que priorize vegetais”, conta Stefany.