Funcionária que assinou exames errados de HIV se entrega à polícia

Laboratório PSC | Foto: Rafael Campos / Polícia Civil do Rio

A funcionária Jacqueline Iris Bacellar de Assis, responsável por assinar os exames de HIV errados que resultaram na infecção do vírus em pacientes transplantados no Rio de Janeiro se entregou a Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (15). As informações são da CNN.

Nesta segunda (14), o sócio principal, Walter Vieira, e o técnico responsável pela análise do material, Ivanilson Fernandes, foram presos.

Jacqueline, em maio deste ano, teria assinado o laudo com um número no registro no Conselho Regional de Biomedicina que pertence a outra pessoa, e está inativo desde junho de 2023.

A verdadeira dona do número de registro, Júlia Moraes, disse que irá comunicar o ocorrido ao Conselho Regional de Biomedicina e registrar um boletim de ocorrência. Júlia disse que não atua mais como biomédica a dois anos e o registro está cancelado por ter deixado de pagar a anuidade ao conselho. Atualmente, ela é empreendedora de artesanato e irá abrir uma papelaria personalizada.

“Eu nunca trabalhei no Rio de Janeiro, apenas em São Paulo, e nunca em laboratório. Nunca trabalhei com análises clínicas. Trabalhei para um laboratório fazendo as coletas de DNA para exames de paternidade e afins, mas nunca trabalhei no laboratório citado”.

De acordo com o advogado de Jacqueline, José Félix, ela não tinha poder para assinar laudos e resultados de exame. Ela os receberia e seriam encaminhados para um médico do laboratório, que seria responsável por assina-los. O advogado ainda disse que ela é registrada no Conselho de Farmácia e nunca cursou Biomedicina.

O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM1) informou que está acompanhando o caso e informou que a dona efetiva do registro deve realizar um “Boletim de Ocorrência e encaminhe cópia ao Conselho para resguardar o seu exercício profissional”.

Veja, a nota do laboratório PCS Lab sobre os fatos:

O laboratório PCS Lab Saleme informa que os resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que levou à infecção de seis pessoas. A empresa, embora ainda não tenha sido notificada formalmente sobre o andamento das investigações – nem na esfera criminal, nem na administrativa – está à disposição das autoridades e colabora com a Fundação Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Em relação a Jacqueline Iris Bacellar de Assis, o PCS Lab esclarece que ela informou ao laboratório diploma de biomédica e carteira profissional com habilitação em patologia clínica. Já no PCS Lab, ela também assinou diversos laudos de exames nos últimos meses.

Sobre Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, o PCS Lab ressalta que ele trabalha na empresa fundada pelo seu avô em 1969. Nos últimos 12 meses, o PCS Lab realizou mais de 3 milhões de exames. Desde o início da prestação de serviços à Fundação Saúde, em 1⁰ de dezembro de 2023, o laboratório adquiriu pelo menos 900 testes de diagnóstico de HIV, recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa para examinar amostras de doadores de órgãos. Conforme informado pela imprensa, das 286 amostras submetidas a novo teste no HemoRio, os primeiros 205 resultados divulgados deram negativo para HIV, confirmando os laudos do PCS Lab.

O PCS Lab esclarece, ainda, que não tem contato com os receptores de órgãos, cujos dados são mantidos em sigilo pela Central Estadual de Transplantes (CET). O laboratório reafirma que dará todo suporte necessário às vitimas assim que tiver acesso oficial à identidade delas. Durante todo o processo de transplante, a única informação que o PCS Lab recebe sobre os doadores é a amostra de sangue – identificada apenas por código – colhida pela equipe da CET e entregue ao laboratório.

Relacionados.

CNJ faz mutirão para tribunais avaliarem 500 mil processos penais

Fux defende ajuste imediato nas regras do mercado de apostas online

Especialista alerta que inconstitucionalidade da Lei das Bets pode recolocar jogos na “clandestinidade”