De olho no comando da bancada da bala no Congresso Nacional, o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) afirmou, nesta terça-feira (14), que o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – responsável por suspender o registro de clubes de tiro e de colecionadores, atiradores e caçadores (grupo conhecido como CACs) – dará prejuízo à indústria bélica no país.
Além da suspensão de novos registros, o trabalho de recadastramento de armas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) pela Polícia Federal também foi previsto no mesmo decreto de Lula, assinado no início do atual mandato. Até então, o controle era feito pelo Exército.
“A Polícia Federal não tem estrutura para recadastrar os mais de um milhão de CACs. O decreto de Lula vai gerar desemprego, os lojistas estão sufocados e a indústria demitiu mais de 600 pessoas. O mercado bélico emprega 70 mil pessoas, fatura R$ 13 bilhões por ano e paga R$ 2,8 bilhões de impostos”, escreveu no Twitter.
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Prazo
A determinação presidencial estabeleceu o prazo de 60 dias – que começou a ser contado em 1º de fevereiro e terá prazo final até o dia 2 de abril – para o recadastramento geral. Quem não fizer a regularização dentro do limite, pode incorrer em crime.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para confirmar a decisão do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu o julgamento de todos os processos em instâncias inferiores que discutem a legalidade do novo decreto sobre armas de fogo do governo federal.
Disputa
Para o comando da chamada bancada da bala, há dois nomes em disputa acalorada.
De um lado, está Alberto Fraga, coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, deputado por três mandatos e que retornou este ano para a Câmara.
De outro, Nicoletti (União-RR), que é policial rodoviário federal.
Com o objetivo de assumir a liderança da frente parlamentar, os dois congressistas têm protagonizado cenas de duelo verbal na Câmara dos Deputados.
Fraga já chamou o colega de “canalha” e se diz irredutível em manter o seu nome para o posto. Nicoletti acusa o adversário de só pensar nos policiais militares e promete fazer diferente.