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Fogo avança e queima 700 hectares do Parque Nacional de Brasília

GDF investiga possíveis ações criminosas na região
Avanço da fumaça no Parque Nacional de Brasília chamou atenção dos brasilienses nesta manhã | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Avanço da fumaça no Parque Nacional de Brasília chamou atenção dos brasilienses nesta manhã | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O fogo que consome o Parque Nacional de Brasília e deixou parte da capital do País tomada pela fumaça segue avançando nesta segunda-feira (16) com três focos ativos. O incêndio consumiu 700 hectares da área de proteção ambiental, informou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Polícia Federal investiga a origem do sinistro.

Uma densa e escura coluna de fumaça pode ser vista hoje saindo do parque, também conhecido como Água Mineral. Com 146 dias sem chuvas este ano no Distrito Federal (DF), o tempo quente e seco dificulta o trabalho das equipes e facilita a propagação das chamas.

O período em que o Distrito Federal enfrentou uma seca mais aguda foi em 1963 com 163 dias sem chuvas, informou o Instituto Nacional de Meteorologia.

Ações criminosas?
Uma força-tarefa chefiada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) vai apurar ações criminosas no incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília. As investigações já estão em andamento e apontam para a existência de atos criminosos — inclusive com suspeitos. A decisão foi tomada após reunião, nesta segunda-feira (16), no Palácio do Buriti, pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e pela vice-governadora, Celina Leão, junto aos órgãos envolvidos no combate às chamas, como o Corpo de Bombeiros Militar do DF, o Brasília Ambiental, a SSP e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

Além dos militares em campo, o Corpo de Bombeiros conta com um helicóptero e um avião especializado de combate à incêndio sobrevoando a área | Foto: CBMDF
Além dos militares em campo, o Corpo de Bombeiros conta com um helicóptero e um avião especializado de combate à incêndio sobrevoando a área | Foto: CBMDF

Na reunião, também foi decidido que os bombeiros do DF que estão deslocados para outras unidades da Federação retornarão imediatamente para reforçar o enfrentamento aos incêndios florestais. Ao todo, o contingente do Governo do Distrito Federal (GDF) empenhado para combater as chamas no DF será de 1,5 mil pessoas, entre Brasília Ambiental, Sema e demais pastas.

O GDF reforça que a população pode colaborar no enfrentamento dos incêndios acionados pelos órgãos. Para denúncias de flagrante, ligar para 190; para denúncias anônimas, o canal é o 197; e no caso dos Bombeiros, o contato é o 193.

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, disse que o GDF vai agir com rigor para punir os envolvidos. “As queimadas estão sendo feitas pela ação humana. Somos vítimas de pessoas que vão nesses locais e colocam fogo. Por determinação do nosso governador Ibaneis Rocha, quem estiver envolvido irá responder pelo crime ambiental”, afirmou.

“É uma hipótese, tendo em vista que não teve nuvens aqui e a única forma de incêndio natural é por ignição de raio. A probabilidade é bem grande, sim, de ser uma ação criminosa”, acrescentou o coordenador de Manejo Integrado do Fogo do ICMBio, João Paulo Morita.

Representantes de diversos órgãos do GDF se reuniram no Palácio do Buriti para alinhar as diretrizes. Segundo o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, a maior preocupação do GDF “é debelar o fogo o mais rápido possível e identificar quem está por trás das queimadas”. “O nosso objetivo é intensificar o combate para não deixar o incêndio prosperar. O secretário de Segurança Pública vai fazer o contato com a Polícia Federal para identificarmos as pessoas que estão colocando fogo nas nossas unidades de conservação”, adiantou.

O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, diz que o GDF está em tratativas para expandir a capacidade de monitoramento da qualidade do ar | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília
O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, diz que o GDF está em tratativas para expandir a capacidade de monitoramento da qualidade do ar | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília

Combate às chamas
Uma operação conjunta entre o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), o Instituto Brasília Ambiental, o ICMBio e o Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atua com 93 combatentes diretamente no enfrentamento ao incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília. As equipes trabalham de forma terrestre e aérea para impedir o alastramento das chamas. Até o momento, o fogo já consumiu uma área total de 700 hectares.

A queimada começou por volta das 11h30 do último domingo (15) próximo à região do Córrego do Bananal e da unidade de captação de água da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb). As chamas se alastraram rapidamente pelo terreno em razão do clima quente e seco.

Divididas em três pontos onde há focos de incêndio, as equipes começaram a atuar no domingo e seguem nesta segunda-feira. O CBMDF é responsável pela chamada “cabeça do fogo” e a parte leste do parque. Além dos militares em campo, a corporação conta com um helicóptero e um nimbus – avião especializado de combate à incêndio – sobrevoando a área. Quatro militares foram deslocados para o lançamento de água na linha de fogo. Cada aeronave tem capacidade para lançar três mil litros por viagem.

“Estamos buscando o confinamento [do fogo]. Temos neste exato momento 50 militares do Corpo de Bombeiros em campo. Por volta das 13h será feito um novo sobrevoo para verificar a necessidade do aumento do efetivo. Temos um efetivo de 500 pessoas aquarteladas aguardando o chamamento”, afirmou o coronel do CBMDF, Marcos Rangel.

Criado em novembro de 1961, o Parque Nacional de Brasília é uma unidade de conservação de proteção integral que mantém o bioma e abriga bacias dos córregos que formam a represa Santa Maria, responsável pelo fornecimento da água potável ao DF. Conhecido popularmente como Água Mineral, o espaço conta com uma área de 42 mil hectares que abrange a DF-003 (Epia), a DF- 001 (EPCT), a DF-097 (Epac), o Setor de Oficinas Norte (SOFN) e a Granja do Torto.

*Com informações da Agência Brasília