De passagem por Brasília para acompanhar a turnê Tempo Rei, Flora Gil também marcou presença em um evento da designer de joias Junia Machado, que lançou uma coleção especial inspirada no disco Cinema Love, de Flor Gil. A parceria, que une música, moda e afeto, tem percorrido o país em formato de pop-ups nas cidades por onde a turnê passa. “Eu já gostava das joias dela, da leveza, do design. Via algumas atrizes e jornalistas usando e ficava impactada com a beleza das peças”, afirma. “Ela me chamou para fazer umas fotos, e eu falei: ‘Ah, bom, vou fazer’. Gostei do resultado, o trabalho ficou lindo”.
A coleção assinada por Junia, revisita os tradicionais cartões de Yves Saint Laurent com a palavra LOVE como símbolo central de sonhos e emoções. “Acho que ela começou esse projeto depois de pedir para fazer um vídeo com José e a Maria. José cantava, e havia uma exposição de joias. Foi algo que veio a partir dele”, relembra Flora.
Flora, empresária e diretora da Gege Produções, é responsável por grandes projetos que moldaram a trajetória de Gilberto Gil nas últimas décadas. Discreta, mas influente, ela conduz com firmeza os bastidores de espetáculos de grande porte e celebra a construção de um legado cultural espontâneo, afetivo e essencialmente brasileiro.

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Em conversa com o GPS|Brasília, Flora falou sobre seu trabalho nos bastidores da música, a relação com a transformação digital no setor cultural e a importância da espontaneidade na história de sua família. Confira a entrevista abaixo:
Você tem todo um trabalho nos bastidores da música e da cultura. Como é para você ver esse trabalho se materializando a cada apresentação?
É um trabalho que não é só meu. É de equipe. Sempre gostei de estar envolvida em produções desafiadoras, algumas simples, outras bem complexas, como é o caso de Tempo Rei. É uma produção grande, com muitas pontas, muita gente envolvida, e o desafio é fazer tudo se encaixar, da equipe técnica ao talento certo para subir no palco, que no caso é meu marido. Está dando tudo certo.
Ao longo dos anos, você ajudou a construir um legado familiar que mistura afeto, arte e política. Como você enxerga o papel da sua família na cultura brasileira?
Acho que a minha família é inspiradora, porque é espontânea e despretensiosa. A gente nunca se reuniu para planejar projetos grandiosos. As coisas vão acontecendo, e o nosso entusiasmo vem do retorno das pessoas. Não tem pretensão, só vontade de fazer e torcer para dar certo.
A cultura vive um momento de transformação digital. Como você enxerga esse movimento?
Acho excelente a democratização, mas toda solução carrega um novo problema. É preciso cuidado com fake news, com o que se publica. É maravilhoso poder subir a trilha da turnê nas plataformas, por exemplo, mas é necessário entender esse novo ambiente com responsabilidade.
E os próximos passos da turnê Tempo Rei?
Depois de Brasília, vamos para Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza, Recife e Porto Alegre. Cada cidade tem um convidado especial. Essa é a última grande turnê do Gil. Depois, se ele quiser cantar, ele canta. Se quiser descansar, ele descansa. Sem grandes obrigações.