O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (4) que o Brasil vive “oficialmente uma ditadura”, após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A entrevista foi concedida à CNN Brasil.
“Recebo essa notícia com muita indignação. Mais um capítulo triste na história do Brasil, e estamos oficialmente numa ditadura, onde uma única pessoa, sozinha, decreta a prisão de um ex-presidente da República”, disse o senador.
Flávio também acusou Moraes de agir por motivação pessoal. “Era tudo que Moraes queria: se vingar de Bolsonaro”, declarou. No dia anterior, Flávio participou de manifestação em apoio ao pai, em Copacabana (RJ), onde fez uma chamada de vídeo com o ex-presidente e divulgou imagens nas redes sociais.
O líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que Bolsonaro é alvo de perseguição política: “Não há mais instituições, há tiranos com toga”, escreveu nas redes sociais. “Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso”.
Já Marcel van Hattem (Novo-RS), classificou como absurda a determinação. “Absurda prisão domiciliar de Bolsonaro no dia em que sai nova matéria da Vaza Toga sobre os abusos de Moraes no 8 de Janeiro”, afirmou.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), destacou que a “medida não se deu apenas por descumprir as cautelares já impostas, mas por reincidir de forma deliberada, debochar da autoridade judicial e seguir atuando contra o Estado Democrático de Direito”.
“A resposta do Supremo foi proporcional à gravidade dos atos. A prisão domiciliar visa conter o comportamento reiterado de afronta às instituições e proteger a ordem pública até o fim do julgamento que tende a levar à sua condenação e à decretação definitiva da pena privativa de liberdade”, completou em publicação no X (antigo Twitter).
Medidas
Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro descumpriu de forma reiterada as medidas cautelares impostas pelo Supremo. O ministro determinou a prisão domiciliar para o ex-presidente.
Bolsonaro também segue impedido de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras, além de não poder se aproximar de embaixadas ou utilizar redes sociais.