Gravado em diálogo com os moradores da Vila Rabelo, em Sobradinho, Fogo Abismo ocupa a posição de único filme do DF presente na Mostra Competitiva Nacional do Festival de Cinema de Brasília. O cineasta e pesquisador brasiliense Roni Sousa estreia na direção cinematográfica com o longa.
O documentário que entrelaça memória pessoal, arquivos de família e fabulação será exibido no Cine Brasília, em 19 de setembro, às 21h.
Ao unir registros íntimos, elementos ficcionais e reflexões subjetivas, Fogo Abismo resgata experiências periféricas e coloca em cena temas que atravessam tanto a vida local quanto debates mais amplos sobre desigualdade, racismo ambiental e resistência.
“Estou muito feliz. É realmente uma enorme honra. Tenho um carinho imenso pelo Festival de Brasília e pelo Cine Brasília, espaço que sempre frequentei como espectador apaixonado. Estrear ali como diretor, com um filme independente e feito sem recursos, ao lado de produções tão grandes e importantes, é emocionante. Isso mostra que o cinema tem espaço para todos — e que obras criadas na periferia também têm potência e lugar nessa história”, compartilha Roni.

Foto: cortesia/Diego Bresani
Segundo o diretor artístico do Festival de Brasília, Eduardo Valente, a força do curta é inegável. “A gente tem, do DF, um filme muito, muito potente: Fogo Abismo, de Roni Sousa. Um filme que é bom não dividir muito, para não tirar a surpresa quando vocês virem. Mas eu diria que o título já traz uma pista sobre as questões da temporada seca, os incêndios e as relações disso com questões não só ambientais, mas humanas e sociais em Brasília”, disse ele em coletiva de imprensa.
Apesar de ser pessoal, a produção conecta-se a questões que atravessam o cotidiano da população do entorno da capital: a pobreza, a seca, o trabalho rural e a crise climática.
Em sua estreia no cinema e assinando a produção do filme, Roni Sousa abre um novo capítulo na sua trajetória artística, marcando a sua entrada no circuito cinematográfico nacional.