O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma nova cirurgia abdominal neste domingo (13), no Hospital DF Star, em Brasília. A intervenção, que durou cerca de 12 horas, contou com múltiplas equipes médicas e teve como principal objetivo tratar complicações intestinais recorrentes. Em coletiva de imprensa, o cardiologista Leandro Echenique, integrante da equipe médica que acompanha Bolsonaro, demonstrou otimismo com o resultado do procedimento, mas reforçou a importância do período pós-operatório imediato para a recuperação completa.
“O momento mais tenso da cirurgia foi o acesso inicial à cavidade abdominal”, explicou Echenique. “Você não sabe exatamente o que vai encontrar. Mas encontramos exatamente aquilo que acreditávamos que estaria lá.”
A decisão de operar foi tomada após um aumento significativo nos níveis do exame de proteína C reativa (PCR), marcador de inflamação no organismo. “O valor normal do PCR é abaixo de 1. O dele chegou a 150. Não é uma elevação discreta. É um sinal precoce de que tem alguma coisa desandando”, afirmou.
Apesar do quadro delicado, os médicos garantem que o procedimento foi bem-sucedido. “Durante todo o período, a gente ficou bastante tranquilo, bastante à vontade. Algumas intercorrências que poderiam ocorrer nessa fase inicial não aconteceram. Ele está evoluindo muito bem”, afirmou Echenique.
Segundo o cardiologista, ainda não há previsão para alta hospitalar, mas a expectativa é que Bolsonaro permaneça internado por, no mínimo, duas semanas, dependendo da resposta clínica nos próximos dias. A transferência da UTI para o apartamento também será avaliada com cautela. “A conduta de alta da UTI depende de uma série de variáveis, mas será feita com toda segurança. Não há pressa”, explicou.
A reabilitação já começou. O ex-presidente está recebendo fisioterapia e antibióticos de forma preventiva. “A ideia é restabelecer uma condição de normalidade, com todos os cuidados necessários. Ele está acordado, consciente, conversando conosco e até já fez uma piadinha”, relatou Echenique com bom humor.
As visitas estão restritas para garantir um ambiente tranquilo, conforme acordo com a equipe e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Ele gosta muito de conversar, mas nesse momento é falar pouco e focar na recuperação.”
Esta foi mais uma das várias cirurgias às quais Bolsonaro já foi submetido desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018. O histórico médico do ex-presidente inclui procedimentos no intestino, bexiga e região abdominal.