Talentos do design autoral nordestino se reuniram em Brasília pela quinta vez para apresentar as suas criações. O Festival Nordestesse foi realizado no novo endereço da Casa QUADRA, na QI 15 do Lago Sul.
O projeto da jornalista e empresária baiana Daniela Falcão foi recebido por Pat Justino para exibir um mix de 13 marcas de cinco estados do Nordeste, mais uma marca convidada do Rio de Janeiro, com uma curadoria que celebra a diversidade estética e os saberes ancestrais nordestinos. “Ela (Pat) recebe pessoas na casa mas com uma curadoria e olhar incrível na nossa quinta edição. É o lugar que a Nordestesse mais veio. É um privilégio estar aqui“, diz Daniela.
A marca Adriana Meira, que leva o nome da designer, apresentou peças sustentáveis que levou para o Brasil Eco Fashion Week. “Eu sempre uso muito a ancestralidade para contar as histórias“, disse Adriana, que participa do projeto desde 2021. Vestidos e jaquetas bordadas com imagens de santos e orixás fazem parte da coleção apresentada. Recentemente, ela vestiu o estilista Ronaldo Fraga em seu casamento, assinando o look usado por ele e seu marido na cerimônia.
A estilista baiana Mônica Sampaio, à frente da marca Santa Resistência, que já passou por seis edições do SPFW, também esteve no evento com criações afro-brasileiras feita apenas por mulheres de comunidade do Rio de Janeiro que celebram figuras essenciais para o Brasil como Cartola, Maria Quitéria e Maria Marruá.
“Nasceu em 2017 de uma inquietude. Costumo dizer que não faço moda eu conto história. Então, cada coleção é um tema diferente, é uma personalidade da cultura brasileira. A moda tem esse papel cultural também, tem um propósito”, diz.
A Almacor também esteve presente com suas peças com estampas feitas a partir de quadros de artistas neurodivergentes, com autismo, paralisia cerebral e síndrome de Down, que têm entre 12 anos e 24 anos.
Outros destaques do Nordestesse foram Matulão, que assina bolsas de design robusto feitas em madeira, couro, palha e linho; a Patú, com moda e arte feitas por mãos e raízes nordestinas; a Bossa de Maria, que apresenta uma inédita linha de vestidos em crochê e fuxico; e a coleção resort da Lizzie, com paisagens dos Lençóis Maranhenses.
Além desses, o potiguar George Azevedo, conhecido pelo maximalismo que reverencia a fauna e flora nordestina, também esteve presente no evento pela quinta vez. “Eu não tinha ideia de que as brasilienses gostavam tanto de moda e peças únicas e diferenciadas“, revela o estilista nascido no Rio Grande do Norte. “É isso que me faz voltar sempre para a cidade, sinto que aqui posso extrapolar. Quando venho para Brasília, não penso no que tem que ser vendido, e sim no que me agrada fazer, o que é o meu estilo autêntico“, afirma.
Os objetos de decoração foram assinados pelo designer pernambucano Fábio Melo, de suas memórias da infância vivida em Caruaru (PE). O evento contou ainda com a gastronomia nordestina recebeu a Kassuá, plataforma paraibana que reúne achados gourmets produzidos na região.
Confira os cliques da quinta edição do Festival Nordestesse: