Fim de ano é uma época mágica, de decoração, luz e esperança, e o Festival das Luzes de Lyon, ou Fête des Lumières, na França, simboliza perfeitamente esse espírito. Realizado neste ano entre 5 e 8 de dezembro, o evento transforma a cidade em um espetáculo de cores e arte que atrai milhões de visitantes de todo o mundo.
Nesta edição, o evento promete transformar a cidade em um espetáculo de arte e tecnologia a céu aberto. Cerca de dois milhões de visitantes são esperados para prestigiar as intervenções luminosas que destacam os principais pontos turísticos e o rico patrimônio da cidade. A programação inclui projeções interativas e instalações artísticas em locais icônicos como o Parc Blandan, o Tête d’Or Park, a Cathédrale Saint-Jean e o Théâtre des Célestins, entre outros.
O festival é descentralizado, incentivando os visitantes a explorar diferentes áreas de Lyon. O encontro será gratuito, com horários das 19h às 23h nos dias 5, 6 e 7, encerrando mais cedo no dia 8, das 18h às 22h. Neste ano, o evento celebra 25 anos do formato atual, consolidando Lyon como referência internacional em paisagens noturnas urbanas e reafirmando o caráter inovador e inclusivo dessa celebração luminosa.
A tradição de teor religioso remete a 1643, quando vereadores de Lyon prometeram à Virgem Maria realizar uma peregrinação anual caso a cidade fosse poupada de uma epidemia de peste. A graça pedida foi atendida e desde então, o compromisso se tornou um dos eventos mais emblemáticos da França.
Mais de dois séculos após a promessa feita à Virgem Maria, em 1850, autoridades religiosas de Lyon decidiram celebrar a fé da cidade com a criação de uma estátua em sua homenagem. Para isso, organizaram um concurso que culminou com a escolha do projeto assinado pelo renomado escultor Joseph-Hugues Fabisch.
A obra foi confeccionada em sua oficina às margens do rio Saône e colocada no topo da colina de Fourvière, consolidando um marco de devoção que ainda hoje se destaca como símbolo da espiritualidade e história de Lyon. A data de inauguração da estátua inicialmente foi marcada para o dia 8 de setembro de 1852, mas precisou ser adiada para 8 de dezembro devido a uma enchente.
No dia marcado para a celebração inaugural, o mau tempo parecia determinado a frustrar os planos, levando os organizadores a quase cancelar os preparativos. Mas, ao cair da tarde, o tempo abriu e de forma espontânea, os moradores de Lyon acenderam velas nas janelas de suas casas, iluminando a cidade com uma aura de união e esperança. A capela de Fourvière, resplandecente, tornou-se o centro simbólico dessa luz, selando o início de uma tradição.
Conforme a tradição, no dia 8 de dezembro, os moradores da cidade iluminam as janelas de suas casas com velas e percorrem as ruas para apreciar as instalações de luz que realçam seus principais patrimônios e atrações turísticas. Em 1989, Lyon formalizou sua relação especial com a luz ao lançar o Plano Lumière, um projeto que redefiniu a iluminação urbana. Mais do que atender a aspectos funcionais, o plano enfatizou a valorização estética dos monumentos e paisagens da cidade.