O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió (AL), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem prevê o cumprimento imediato da pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes relacionados à Operação Lava Jato.
Segundo a defesa, a prisão ocorreu por volta das 4h, enquanto Collor se deslocava para Brasília, onde, segundo os advogados, ele se apresentaria espontaneamente. O ex-presidente foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas.
A condenação, proferida em 2023, trata do recebimento de R$ 20 milhões em propina entre 2010 e 2014. De acordo com a denúncia, os valores foram pagos por empresários para garantir contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Em troca, Collor teria usado sua influência política para nomear e manter diretores na estatal, subsidiária da Petrobras.
O STF já havia rejeitado recursos anteriores da defesa. No mais recente, os advogados pediam que prevalecessem os votos de ministros que defenderam penas mais brandas. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, considerou o recurso “manifestamente inadmissível” e “meramente protelatório”, determinando o trânsito em julgado da condenação e o início imediato da pena.
A decisão de Moraes será submetida ao plenário virtual do STF, que tem até às 23h59 desta sexta-feira para referendar ou não a prisão. Até lá, a ordem de detenção permanece válida.
Em nota, a defesa de Collor afirmou ter recebido com “surpresa e preocupação” a decisão do ministro e alegou que o recurso deveria ter sido analisado em plenário, na sessão extraordinária já agendada para esta sexta-feira.