Classicismo e **elegância** subvertidos num forte senso de auto expressão que permite brincar com extremos. Desconstruir o _ladylike_ no momento em que a funcionalidade é a grande sofisticação. Este foi o instinto da **FENDI**, que se debruçou nesta temporada no guarda-roupa de Delfina Delettrez Fendi, quarta geração das mulheres da família Fendi.
_“Tudo começou com Delfina. Há uma elegância com um pouco de subversão no modo em que ela distorce a FENDI, que é o que eu amo”_, relata Kim Jones ao descrever a coleção que se esmera nos tecidos tradicionais, como a alfaiataria e a malha, em formas **absolutamente femininas**, mas com o utilitarismo presente numa clara demonstração de arquétipos desfeitos.
A **renda** vem esmaltada e em camadas; relances de **fetichismo** aparecem em alças expostas de lingerie, ou em botas de cadarços até as coxas. Uma capa em gabardine de corte limpo se abre para exibir um forro de paetês; vestidos de corte enviesado, drapeados ou peitilhos aparecendo com cintas de atrelar.




Numa perspectiva aperfeiçoada do **punk**, os tricôs aparecem com cortes de faca, ou gentilmente retorcidos. As lãs feltradas são ligeiramente encolhidas, e os tricôs nervurados vêm desabotoados, ou usados de lado. Vestidos em cetim com um drapeado retorcido têm lenços ondulantes que são romanticamente arrastados.
A famosa busca pelos baús da marca traz à cena os arquivos de 1996, junto com desenhos de Karl Lagerfeld de 1981, época em que o falecido kaiser da moda explorou tricôs multiuso na passarela inspiração. “É desconstruído, porém luxuoso. Há uma leve menção ao punk, e à minha admiração pelo DIY – o faça-você-mesmo – mas evoluindo para uma coisa chic.”, explica Jones.
Como é de se esperar, uma nova bolsa Multi, numa homenagem polivalente tão própria da casa, onde o formato se transforma em duas silhuetas distintas. “Acho que o que é realmente legal é o movimento da bolsa, que pode ser duas coisas em uma. Essa dualidade é muito FENDI, que parece simples, mas na verdade é bastante complexa.”











