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Ao GPS|Brasília, Fafá de Belém fala sobre o papel da arte diante dos desafios ambientais

Artista também compartilhou o projeto Varanda de Nazaré, que chega à 15ª edição em 2025

Uma das vozes mais potentes e marcantes da Música Popular Brasileira, Fafá de Belém atravessa décadas como símbolo de autenticidade e engajamento. Dona de 30 álbuns e mais de 15 milhões de discos vendidos, a artista luso-brasileira, nascida Maria de Fátima Palha de Figueiredo, se consagrou como intérprete, compositora, atriz e também como ativista das causas amazônicas.

Aos 68 anos, Fafá comprova seu protagonismo com o projeto Varanda de Nazaré, que chega à 15ª edição em 2025, ano em que Belém se prepara para sediar a COP30 e se apresentar ao mundo como a capital da Amazônia. Em entrevista ao GPS|Brasília, a cantora explicou sobre como surgiu o projeto e sua importância como precursor da cultura amazônica e paranaense. 

Criada em 2011, a Varanda nasceu no coração do Círio de Nazaré como um espaço de celebração da fé e da cultura paraense e da Amazônia. “É muito louco, porque é uma reflexão exposta. O Círio é tanto amor, tanta gratidão, que a frequência da cidade muda. Desde a primeira Varanda, trazemos pessoas do Pará, da Amazônia e de fora, para conhecerem nossa fé e cultura”, declara Fafá. 

A iniciativa, além de valorizar a música e a identidade amazônica, também abriu caminho para debates sobre o futuro da região. Foi assim que surgiu o Fórum Varanda Amazônia, realizado desde 2022. “O que mais me emociona e me move na construção da Varanda é o legado. Sempre abraçando o artista paraense, dando espaço para que qualquer pessoa possa cantar para Nossa Senhora. Há 15 anos não se falava em gastronomia, nem se destacava o Círio. A Varanda trouxe esse olhar para os jornais, para a televisão e para as redes, mostrando o nosso paraensismo”, afirmou a artista.

A ideia nasceu de uma experiência frustrante em Nova York, quando Fafá participou de um evento internacional sobre a Amazônia. “Eu fui assistir animada e não tinha nenhum pensador amazônico. Não tinha um artista, não tinha um filósofo, como se nós fôssemos apenas a animação da festa. Então pensei: a COP vai ser no Brasil, possivelmente em Belém. Por que não montar um fórum com pensadores amazônicos, indígenas, coletivos de mulheres e pessoas trans? Foi assim que nasceu o Fórum”, contou.

Quando ocorre o Varanda

Em 2025, o evento chega à sua terceira edição, marcada para os dias 7 e 8 de outubro, no Teatro Maria Sylvia Nunes, com transmissão ao vivo pelo YouTube. Este ano, o Fórum conta ainda com a parceria da Universidade Federal do Pará. “O cruzamento de olhares é que traz a transformação do mundo. Estou muito honrada por este terceiro ano de Fórum e pela 15ª edição da Varanda de Nazaré”, disse.

Com o olhar voltado para o futuro, a cantora enxerga a cultura como força política e de transformação social. “Viver é um ato político. O artista tem que ter consciência de que, a partir do momento em que você tem voz, precisa dar voz a quem não é ouvido. Nós, que viemos de uma região que luta para ser vista, temos que iluminar os nossos”, declarou.

Para ela, a Varanda e o Fórum representam mais do que celebração e debate: são símbolos de resistência e identidade. “O Círio é tanto amor, tanta gratidão, que a frequência da cidade muda. Desde a primeira Varanda, trazemos pessoas do Pará, da Amazônia e de fora para conhecerem nossa fé e cultura. Esse é o nosso legado”, disse Fafá.

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Edição 42

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