A exposição coletiva “O Grito!” estará em exibição na Galeria Principal da CAIXA Cultural Brasília de 17 de outubro a 17 de dezembro. A mostra apresenta 30 obras de sete renomados artistas visuais brasileiros, que exploram o bicentenário da Independência do Brasil em suas criações. Nesta exposição inédita, Evandro Prado, Paul Setúbal, Yara Dewachter, Élcio Miyazaki, Moara Tupinambá, Gina Denucci e Marília Scarabello abordam aspectos da história nacional ao longo dos últimos 200 anos e suas implicações no presente.
O objetivo da exposição é criar narrativas alternativas sobre o 7 de setembro, indo além do discurso oficial da história da Declaração da Independência do Brasil. Por meio de várias linguagens artísticas, como pintura, desenho, fotografia, escultura, colagem, videoarte e instalação, as obras destacam os artistas como pensadores visuais e incentivam interpretações críticas sobre o legado do período colonial na construção da identidade nacional brasileira.
Os artistas envolvidos na exposição têm abordagens distintas. Evandro Prado, por exemplo, desafia a visão tradicional de figuras históricas, revelando sua humanidade imperfeita. Paul Setúbal oferece uma perspectiva única sobre as lutas pelo poder e pela glória. Yara Dewatcher traz à tona figuras femininas cuja importância nos eventos históricos do país foi obscurecida. Élcio Miyazaki cria narrativas visuais a partir de personalidades que tiveram influência em momentos marcantes do século XX. Moara Tupinambá recupera as histórias dos povos originários, frequentemente negligenciados nas decisões sobre o território. Gina Dinucci aborda de forma lúdica as estruturas de poder, enquanto Marília Scarabello reúne o imaginário das pessoas sobre o que significa ser brasileiro.
“O Grito!” procura enriquecer o diálogo sobre esse tema, incluindo perspectivas alternativas e destacando personagens geralmente deixados de fora da narrativa principal, como pessoas comuns, mulheres, negros e indígenas. A exposição está em consonância com a historiografia contemporânea que busca promover uma história decolonial.
Além da exposição, está programada uma oficina gratuita, intitulada “Arte, ativismo, colagem e ancestralidade”, que acontecerá em 28 de outubro (sábado) das 14h às 18h. A oficina, ministrada por Moara Tupinambá, convida professores, arte-educadores e artistas a explorar a ancestralidade por meio da técnica da colagem.
A exposição foi concebida pelo artista Evandro Prado, notável no cenário da arte contemporânea, especialmente na vertente de arte e política. A curadoria é assinada por Sylvia Werneck, uma profissional experiente em exposições e autora de obras como “De dentro para fora – a memória do local no mundo global” (Ed. Zouk, 2011) e “Pensamentos sobre arte” (Alter Edições, 2023). A coordenação do projeto é da antropóloga e produtora cultural Iara Machado, especializada em estudos da descolonização da arte e cultura.
A exposição é acessível a pessoas com deficiência visual, com placas em braille em todas as obras. Além disso, o projeto buscou consultoria para tornar a exposição mais acolhedora para o público TEA (transtorno do espectro autista), com a especialista Ana Navarro, especialista em Inclusão da Pessoa com Deficiência – Aspectos Psicossociais, pela PUC-Rio de Janeiro.
Serviço:
Local: CAIXA Cultural Brasília (SBS Quadra 4 Lotes 3/4), Galeria Principal
Abertura : 17 de outubro de 2023, às 19h
Visitação: até 17 de dezembro de 2023
Horário: 9h às 21h (de terça-feira a domingo)
Ingressos: entrada gratuita
Classificação: livre para todos os públicos