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EXCLUSIVO. Celina Leão revela: “Serei candidata ao governo do DF”

Durante entrevista ao GPS, a vice-governadora elogiou o retorno do governador Ibaneis, afirmou ser leal ao emedebista e disse ter percebido olhares desconfiados quando comandou o GDF

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Após pouco mais de dois meses no comando do Palácio do Buriti, em decorrência do afastamento de Ibaneis Rocha (MDB), a vice-governadora Celina Leão (PP) não esconde a intenção de ocupar o principal posto do governo do Distrito Federal. Porém, com uma condição: por meio da legitimidade popular

 

Serei candidata ao governo do Distrito Federal. Eu não tenho falado sobre isso porque, mais importante do que lançar uma candidatura antecipada, é fazer um trabalho por Brasília”, revelou, durante entrevista exclusiva ao Portal GPS

 

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:

 

 

É a primeira vez que a política assume publicamente o projeto de comandar a capital do país.

 

A declaração também ocorre porque, de acordo com a legislação eleitoral, Ibaneis Rocha estará impedido de tentar mais uma reeleição em 2026, o que faria de Celina, consequentemente, sucessora natural, enquanto o emedebista poderá, por exemplo, disputar uma das duas cadeiras ao Senado Federal em 2026.

 

Eu sou uma pessoa fiel, eu sempre estive ao lado dele (…). Ele entendeu que eu tenho maturidade suficiente para esperar o meu momento e entender que ele [Ibaneis] é o governador e que eu sou a vice. A decisão é dele”, emendou.

 

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Tapetão

Durante pouco mais de 20 minutos de conversa, entre um compromisso e outro na ainda disputada agenda oficial, Celina também reforçou que não quis assumir o espaço de Ibaneis no tapetão, embora tenha percebido olhares desconfiados de alguns integrantes do primeiro escalão. 

                                                                       

Sempre tive muita preocupação de ser eu mesma. Nesses 66 dias, eu não andei de helicóptero, não entrei na sala do Ibaneis, cheguei em várias reuniões de botina, porque eu amo usar botinas, para mostrar a essência de quem você é. O poder passa muito rápido. As urnas podem te retornar ou podem te mandar para casa. No dia que eu voltar para casa, eu quero voltar com meu coração tranquilo”, disse. 

 

Nascida politicamente no berço do “rorizismo” – grupo encabeçado pelo falecido ex-governador Joaquim Roriz –, Celina Leão lembrou de rusgas superadas com a ex-deputada distrital Liliane Roriz (sem partido), mas declarou manter uma boa relação e – de gratidão – à tradicional família política, incluindo a ex-deputada federal Jaqueline Roriz, de quem foi chefe de gabinete, e a ex-primeira-dama Weslian Roriz. 

Eu tenho gratidão por eles. No dia da minha posse, ela [Weslian] foi muito carinhosa e disse para a minha mãe: ‘Que orgulho da nossa filha tomando posse’. Eu fiquei bem emocionada com essa fala dela para a minha mãe”, confidenciou.   

 

Traição

Da mesma forma, a vice-governadora confidenciou ter sido difícil a articulação política que resultou na vitória, em primeiro turno, da chapa encabeçada por Ibaneis, mas que resultou na derrota ao Senado de Flávia Arruda (sem partido), ex-ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). 

 

Na política, você não pode ter tudo. Você tem que ter lado. A partir do momento que a Flávia era nossa candidata ao Senado, o Arruda não poderia ter lançado a candidatura ao governo. Alguém iria ser traído. Foi naquele momento que o governador se posicionou e lançou a Damares [ao Senado], porque o Arruda fazia campanha na rua, chamando grupos políticos, e a Flávia falando que seria a senadora do Ibaneis…”, lembrou. 

 

Cabo eleitoral declarada do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celina reafirma que não se arrepende pelo apoio dado ao capitão da reserva. Mesmo com a derrota no ano passado do ex-presidente, e dos elogios recebidos por integrantes do atual governo, Celina conclui: “Na política, você precisa ter lado“.