Redação GPS A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia Alarcón, solicitou asilo político ao Brasil na manhã desta terça-feira (15), poucas horas após a Justiça do país condená-la a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O pedido foi formalizado na Embaixada do Brasil em Lima, segundo confirmou o Ministério das Relações Exteriores do Peru, por meio de nota oficial.
“O Ministério das Relações Exteriores informa à opinião pública que a Embaixada da República Federativa do Brasil no Peru comunicou que a senhora Nadine Heredia Alarcón ingressou, nesta manhã, na sede da Embaixada. A senhora Heredia solicitou asilo a esse país, em conformidade com o estabelecido na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual o Peru e o Brasil são signatários. Ambos os governos estão em permanente comunicação sobre essa situação.”
A decisão de buscar abrigo diplomático ocorreu após Nadine Heredia e seu ex-marido, o ex-presidente Ollanta Humala (2011–2016), serem sentenciados pela 3ª Vara Colegiada do Tribunal Superior Nacional do Peru. Segundo o Ministério Público, o casal teria recebido cerca de US$ 35 milhões em propinas da construtora Odebrecht para financiamento de campanhas do Partido Nacionalista nas eleições de 2006 e 2011.
Humala acompanhou a leitura da sentença em sua residência em Surco e deve ser transferido para a penitenciária de Barbadillo, onde já cumprem pena os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo. Heredia, por sua vez, não compareceu à audiência, o que levou o tribunal a emitir um mandado de prisão. Sua defesa já informou que vai recorrer da decisão.
A Justiça peruana determinou que ambos cumpram pena em regime fechado até julho de 2039 e paguem indenizações ao Estado. A prisão de Nadine Heredia deve ocorrer em uma unidade distinta da destinada ao ex-presidente.
Durante o governo Humala, Nadine era considerada figura central do núcleo político e mantinha forte presença nas redes sociais, onde comentava temas políticos e promovia ações da gestão.
