Bilionários acumulam posses estonteantes ao redor do mundo, o fundador da Patagonia, Yvon Chouinard, abandonou o posto ao doar sua empresa em prol do meio ambiente. A marca de roupas foi fundada há 49 anos e ao longo do tempo promoveu campanhas que revolucionaram o mercado fast-fashion. O capital da organização é avaliado em USD 3 bilhões, ou cerca de R$15,5 bilhões. Com a doação, o empresário de 84 anos tornou-se oficialmente um ex-bilionário.
Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Chouinard explicou como a operação foi efetuada. 2% das ações, que garantem os votos dentro da empresa, foram transferidos para o Patagonia Purpose Trust, fundo recém-criado pela família do empresário. Para efetivar a doação, foi necessário o pagamento de USD 17,5 milhões (R$90,5 milhões) em impostos. Os 98% restantes foram designados para a organização sem fins lucrativos (ONG) Holdfast Collective, responsável por destinar os lucros para ações em benefício ao meio ambiente.
“A Terra agora é nossa única acionista”, assim começou a carta assinada por Chouinard. Publicado no site da marca, o comunicado conta um pouco a trajetória do fundador e o compromisso da empresa com a sustentabilidade. Em 1985, a Patagonia começou a doar 1% do lucro para as causas ambientais. O repasse é anual e continuará ocorrendo após as mudanças. A doação da organização não a transforma em uma ONG, na página oficial, a companhia explicou que “propósito e lucros estão inseparavelmente ligados”.
A Patagonia é pioneira em ações que ligam a publicidade ao propósito social da empresa. Uma das mais notórias aconteceu em 2012. Durante as promoções da Black Friday, a marca divulgou uma peça publicitária pedindo que clientes não comprassem a jaqueta promovida. Mais recentemente, em 2020, a marca interrompeu a divulgação no Facebook e no Instagram. A medida foi adotada em forma de protesto contra o pouco combate do discurso de ódio nas plataformas.