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EUA: republicanos buscam em DeSantis popularidade perdida com Trump

Os resultados mais imediatos das eleições de meio mandato colocam o **Partido Republicano** no centro da disputa pela Casa Branca, em 2024. Logo após a **vitória de Ron DeSantis, reeleito governador da Flórida por 19 pontos de vantagem, e o anúncio de Donald Trump de que disputará as primárias à presidência, a divisão no partido ficou mais clara**.

Apesar de Trump manter o controle sobre a **base conservadora do partido**, sua popularidade entre o eleitorado mais amplo parece ter caído mais uma vez. Muitos dos candidatos que tinham seu apoio foram derrotados nas eleições legislativas realizadas no dia 8. Como foi o caso da Pensilvânia, onde Dr. Mehmet Oz – que chegou a dividir palanque com Trump – perdeu a cadeira para o Senado para o democrata John Fetterman.

**Críticas**

E não são poucos os republicanos que responsabilizam Trump pelo **mau desempenho** do partido, que não concretizou a esperada “_onda vermelha_” prevista por analistas. Vários governadores republicanos declararam publicamente suas ressalvas contra o ex-presidente. Em New Hampshire, o governador que se reelegeu com facilidade, Chris Sununu, disse repetidas vezes que seria **politicamente imprudente que Trump anunciasse uma candidatura à Casa Branca** antes do Natal.

![Ron DeSantis, governador da Flórida: imagem de conservador à moda antiga agrada parte do eleitorado que está cansada de radicalismos (Foto: FLGov)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/FL_Gov_Ron_De_Sanctis_04b22212fd.jpg)

Em Maryland, o governador Larry Hogan afirmou que **Trump custou caro ao partido** nos últimos três ciclos eleitorais e seria “_um erro_” nomeá-lo novamente candidato. A vice-governadora de Virgínia, Winsome Earle-Sears, que apoiou Trump em 2020, deixou claro que não pretende fazer o mesmo em 2024. O senador pelo Arkansas, Tom Cotton, e a senadora republicana pelo Wyoming, Cynthia Lummis, disseram recentemente que a **liderança do partido** já não está nas mãos do magnata, mas cada vez mais nas de DeSantis.

Saul Anuzis, que trabalha como estrategista político para o Partido Republicano e presidiu a legenda em Michigan de 2005 a 2009, afirmou que a **divisão interna entre os republicanos** é algo normal em qualquer partido. “_Somos uma coalizão de vozes diferentes e, dependendo da geografia de onde elas venham, isso acarreta na formação filosófica. De um ponto de vista prático, sempre haverá divisões_”, conclui.

Para Anuzis, o que o partido deve buscar é a **definição de um programa de governo** que o ajude a voltar ao poder em 2024. Tem a seu favor nessa estratégia a vantagem de ter conquistado a maioria na Câmara dos Deputados, o que possibilitará, segundo ele, a frear o que disse ser uma “_legislação ruim_” do atual governo. “_Esse será o papel principal nos próximos anos_”, diz.

**Abordagem**

Sua principal estratégia para o Partido Republicano antes das primárias é deixar claro ao eleitor **as diferenças com o Partido Democrata**. Mas o modo de comunicar esses contrastes deverá ser mais ameno do que a estratégia de confrontação de Trump.

“_Se você der uma olhada nos dois potenciais candidatos principais, que são Glenn Youngkin, governador da Virginia, e DeSantis, ambos são conservadores, mas têm uma abordagem mais suave_”, diz Anuzis.

Ele explica que, apesar de eles compartilharem princípios com o ex-presidente, os dois praticamente **não se envolvem com a mídia**, não buscam provocar seus oponentes políticos ou não fazem questão de ser controvertidos.

Para o estrategista, esse **retorno a um velho modo de fazer campanha pode agradar mais ao eleitor cansado dos extremismos**. “_Muitas pessoas querem ver um tipo de processo político normal, mais contido_”, diz.

Além disso, ele afirma que a necessidade de a campanha presidencial ser levada de uma forma diferente abre a oportunidade não apenas para DeSantis, mas a outros nomes para se apresentarem como **candidatos a delegados do partido**.

Embora DeSantis não tenha declarado abertamente seus planos para 2024, nunca descartou a possibilidade de se candidatar à Casa Branca. Para Anuziz, ele é um **forte candidato**, apesar de acreditar que não será o único.

**Divisão**

Ainda que aparentemente enfraquecido, o ex-presidente permanece como fator determinante dentro do partido, mas os republicanos parecem estar divididos, em termos amplos, em **três facções: a pró-Trump, a anti-Trump, e a daqueles que só querem seguir em frente**.

“_Eles não são necessariamente anti-Trump, apenas acham que seria melhor apontarmos para a próxima geração de líderes_”, explica Anuzis. Apesar dos pedidos de seus companheiros de sigla para que esperasse algumas semanas, **Trump anunciou cedo sua pré-candidatura**.

**Desafios**

Mas para Anuzis, a candidatura antecipada de Trump, em vez de trazer benefícios e fortalecer sua figura, pode acabar **trazendo mais desafios**. Um deles é que, agora que ele é o primeiro candidato, “_as pessoas vão começar a julgá-lo por quantos endossos receberá, quem contratará, quem vai fazer parte da sua equipe_”, diz o estrategista.

Enquanto outros candidatos devem esperar até junho para finalmente anunciar se entrarão na disputa, Trump já terá percorrido vários meses de campanha. “_Isso colocará muita pressão nele. Trump estará lá sozinho tentando se estabelecer e o partido vai julgar se ele é ou não um candidato forte o suficiente._”

Ausência de um candidato forte do lado democrata pode beneficiar os republicanos. Para o estrategista, **Joe Biden deverá pressionar os democratas para ser o candidato, apesar de seu alto índice de impopularidade**.

Segundo o site **_Fivethirtyeight_**, que compila várias pesquisas de opinião, o panorama do democrata não é dos melhores e cerca de **52,9% dos americanos estão insatisfeitos com seu governo**.

Redação GPS

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