Ana Carla Franklin Braga, de 23 anos, estudante de medicina da Universidade de Brasília (UnB), foi uma das 50 alunas do mundo selecionadas para um estágio em ginecologia e obstetrícia na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Moradora do Riacho Fundo I, ela abriu uma vaquinha online (acesse e colabore clicando aqui) para conseguir recursos que permitam que ela se mantenha no exterior.
Após ler a reportagem no jornal Correio Braziliense, o empresário Paulo Octávio foi um dos primeiros a colaborar. Ele deu uma substancial colaboração para custear as despesas de moradia, transporte e alimentação da estudante, que giram em torno de R$ 30 mil. O estágio oferecido pela universidade inglesa tem duração de seis semanas, entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Os alunos terão aulas teóricas e práticas no hospital universitário John Radcliffe.
Paulo Octávio buscou o contato da estudante e convidou Ana Carla e sua mãe, a farmacêutica e doutoranda Claudia Oliveira, para uma reunião. Conheceu a trajetória da aluna da UnB e decidiu fazer a doação, cujos valores foram mantidos em sigilo pelas duas partes.
“Ela é uma jovem brilhante. Fico feliz em ajudar a realizar um sonho”, detalha o empresário, um entusiasta da educação em todos os níveis – em suas empresas, no começo dos anos 1990, todos os colaboradores foram alfabetizados por meio de um programa criado por ele.
Na conversa, ele soube que toda a família da estudante tem especial apreço à educação. Além da mãe doutoranda, ela tem no pai outra grande referência. Sinval Freitas é professor de matemática da Secretaria de Educação do DF, atualmente lotado na Escola Classe Júlia Kubitschek, na Candangolândia. A jovem estudante contou ainda que cursou o ensino médio em escolas particulares, sempre com bolsa. Primeiro, no Leonardo da Vinci, em Taguatinga. Depois, no terceiro ano, no Colégio Seriös.
Ana Carla quer, agora, completar o valor das despesas de viagem. As colaborações para a estudante podem ser feitas por meio do link https://shre.ink/TG1d. Após a realização do estágio e da formatura pela UnB, ela pretende se dedicar, no Brasil, ao cuidado atento às pacientes. “Eu adoro estudar saúde da mulher, me interessei principalmente porque era uma necessidade minha, de me conhecer mais. Acho que nós, mulheres, somos muito proibidas de conhecermos nosso corpo”, afirma.
Filha mais velha de uma família de três irmãos, a estudante faz questão ainda de destacar que seus pais foram seus primeiros e maiores mestres. “Eles que sempre falaram que o estudo ia me levar longe”, diz. E vai, Ana Carla. Oxford é só a primeira escala de uma grande viagem no mundo do conhecimento e do cuidado com as mulheres do Brasil.
