Com uma carreira consolidada na comunicação, a jornalista Aline Sanromã sempre usou o estilo a seu favor. Pós-graduada em moda e comunicação visual pelo Instituto Europeo di Design, com extensão em Milão, a comunicadora atuou por anos em um dos maiores veículos de comunicação do Rio de Janeiro, onde era a responsável por cobrir as principais semanas de moda brasileiras e internacionais.
Essa experiência revelou sua paixão pelo universo fashion e desde então, ela sempre arrumou uma forma de se manter nesse mundo.
Ao retornar para Brasília, criou o Coffee and Fashion, em 2014. O blog foi um dos mais acessados na Capital e construiu uma audiência fiel de mais de quarenta mil seguidores no Instagram ao coordenar editoriais de moda.
Atualmente, lidera a comunicação de uma grande associação de bebidas não alcoólicas como head de comunicação e comanda uma empresa especializada em construir marcas com coerência, autenticidade e propósito.
“Sempre acreditei no poder da autenticidade que, aos meus olhos, é essencial para conquistar sonhos, seja na vida ou na carreira. Aprendi cedo que as marcas que acumulamos ao longo do caminho moldam quem somos. Elas são parte da nossa essência. Tive a sorte de iniciar minha trajetória ao lado de grandes mestres: os atletas, no meu primeiro trabalho estive na cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Atenas e aprendi ali o valor de contar histórias que emocionam e inspiram”, compartilha Aline.
Inspirada pelo estilo das francesas e na forma como valorizam os clássicos, Aline descreve seu estilo pessoal como corporativo com bossa.
“Meu dia a dia pede um visual mais clássico e elegante, com muita alfaiataria, mas sempre tento colocar o meu toque pessoal, principalmente nos acessórios”, comenta sobre como é a montagem das composições na prática, elegendo ainda os conjuntos de alfaiataria como uma boa modelagem como sua grande marca registrada.
Entre suas preferências, estão os lenços nas bolsas e como cintos, uma tendência que não consegue abandonar. Fã de marcas brasileiras, sempre está em busca de novos nomes com criações autênticas. “Encontrei uma incrível alfaiataria carioca, a The Peppers, e a Los Bags, marca maravilhosa que transforma design e arquitetura em bolsas lindas — que, inclusive, estou usando neste editorial”, indica.
Entre as peças mais antigas no armário de Sanromã, está um blazer preto. “Quando comecei minha carreira no jornalismo, foi ele, certa vez, que me fez ganhar uma promoção no trabalho. Surgiu a oportunidade de entrevistar uma grande apresentadora de televisão, de elegância ímpar, em sua residência. Eu era a única que estava vestida de maneira mais formal, inclusive com um blazer à disposição (sempre deixava um na minha cadeira caso surgisse algum compromisso importante), e assim fui escolhida para a entrevista que me deu visibilidade e me fez conquistar um novo cargo”, compartilhou emocionada.
De Brasília, o armário da jornalista é dominado por peças da Avanzzo. “Meu guarda-roupa é quase uma coletânea de muitos lugares pelos quais passei, a trabalho ou a lazer. Sempre que estou em uma cidade ou país diferente, trago alguma peça, na maioria das vezes um blazer novo, para a minha coleção”, comenta Sanromã, que tem como talismã uma bolsa Dior vintage, garimpada segundo ela, no second-hand mais maravilhoso de Brasília: o PrettyNew.
Se pudesse escolher apenas três peças essenciais no armário, Aline escolheria um blazer, um scarpin e uma bolsa clássica. Segundo ela, para compor um look incrível, o armário deve contar com uma variedade de acessórios.
“Gosto muito de brincos, do meu relógio garimpado numa marca maravilhosa em Londres (The Camden Watch Company) e de bolsas”, sugere. Já em relação ao investimento que mais valeu a pena, a comunicadora elege uma Prada Galleria. “Foi um grande investimento para mim e até hoje uso demais”, compartilha.
Com um estilo que transita entre o clássico e o contemporâneo, Aline enxerga a moda como uma poderosa aliada na construção de autoridade e identidade no ambiente corporativo. “Me vestir bem sempre foi importante. Sempre vi a moda como uma ferramenta estratégica e fico muito feliz em ser reconhecida pela elegância, uma união entre moda, postura, valores e conduta. Tudo alinhado”, afirma a executiva, que acredita no poder da imagem para comunicar intenções com clareza e autenticidade.
Para ela, mais do que seguir tendências, vestir-se com propósito é uma forma de sustentar quem se é. “Sou uma executiva, sou do mundo corporativo, que pede, sim, um dress code. Por isso, é importante se conhecer, se empoderar de si mesma, dos seus gostos, dos seus objetivos”, diz. Ainda que adote looks mais sérios, Aline imprime personalidade com acessórios estratégicos, como um salto ousado ou joias marcantes. “Procuro imprimir minha marca em alguns pontos, como um scarpin com salto diferenciado, um brinco mais poderoso, anéis cheios de personalidade”.
A consciência sobre imagem, no entanto, vai além da estética. Aline destaca que a maior descoberta ao longo de sua trajetória foi a coragem de ser quem se é, em meio à avalanche de referências do mundo digital. “Ficamos impregnados do olhar no outro e esquecemos de olhar para nós mesmos. Que possamos, cada vez mais, nos posicionar de forma genuína, assumir quem somos, porque é isso que, de fato, conecta”, defende.
Com uma visão estratégica e sensível, ela acredita que estilo e performance caminham juntos. “A moda, pra mim, não é sobre seguir tendência. É sobre sustentar identidade”, resume. “A roupa certa, com verdade, me apoia na performance porque alinha quem eu sou com o que eu represento. E a credibilidade nasce exatamente aí: quando não há ruído entre o que você diz, o que você faz e o que você veste”, conclui.