A última edição do Lide Brasília do ano de 2024 trouxe uma pauta amplamente discutida nos últimos tempos que tem despertado o interesse do Setor Produtivo no Distrito Federal. Com o tema Desafios na Regulação da Inteligência Artificial, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) assumiu o palco do encontro de líderes empresariais de Brasília para um caloroso debate em torno de diversos segmentos que vêm sendo confrontados pela chamada Nova Revolução Industrial.
Presidido por Paulo Octávio, o Lide Brasília convoca entidades, organizações e os Três Poderes para troca com empresários de diversos setores da economia local. Nesta sexta-feira (8), o senador tocantinense trouxe questões relevantes acerca de sua relatoria do Projeto de Lei 2338/2024 que tramita na Casa e pretende estabelecer diretrizes para o uso responsável da IA, sobretudo do ponto de vista da privacidade, ética e segurança jurídica.
“O mundo está se transformando rapidamente e é preciso entendermos com especialistas o impacto que isso trará para o ser humano, para o mercado e a produtividade das empresas”, dise o fundador das Organizações PaulOOctavio e presidente do PSD-DF.
O senador, por sua vez, iniciou a sua fala citando números. “A implementação de Data Center sobre qual projetos de IA pretendemos regular soma investimento de US$ 50 milhões. Vamos mudar o olhar sobre a regulamentação sem polarização política”, referindo-se também à vantagem competitiva do Brasil diante de uma regulação aberta.
A dinâmica entre palco e plateia se deu em meio a um almoço oferecido pelo economista Fernando Cavalcanti, CEO da NWGroup, em sua residência no Lago Sul. Na ocasião, um saboroso e leve almoço foi servido por caterings de reconhecidos na capital. Desta vez assinado por Celso Jabour, da Sweet Cake, que serviu saladinha de quinoa com legumes frescos, camarões tigre flambados com fonduta de limão siciliano e cuscuz marroquino, e nuvem de morango com chocolate cremoso na sobremesa.
Vinhos safrados já são identidade da residência, que conta com uma adega de rótulos robustos. O que aproxima ainda mais os presentes aos encontros do Lide e faz do evento um ambiente de reflexões, entendimento e definições. “Sobre mercado, eu aprendi com meu avô que não é o mais forte, nem o mais inteligente, e sim quem se adapta aos tempos e continua exercendo o seu papel”, disse o anfitrião, Fernando Cavalcanti.
Entre as indagações do empresariado local ligado ao Lide, as novas profissões, humanos sendo trocados por máquinas dentro em breve, o sério problema pela qual a advocacia passa na automatização de tarefas repetitivas, a tecnologia reproduzindo órgãos humanos, vendas em seus marketplaces com otimização de preços e a implementação da IA na área de saneamento e gestão e tratamento da água.
O senador, por sua vez, reforçou o quão desafiador é o tema e indicou que há de ser necessário criar “leis vivas” que possam ser revisadas permanentemente. “Estamos lidando com um ser vivo. Muitas vezes chega a ser desesperador, mas são atos da vida moderna. O importante é termos um sentimento de nação”, finalizou.
Ao findar do encontro do Lide Brasília, Paulo Octávio pediu que autoridades presentes subissem ao palco e ofertou ao convidado uma coletânea de livros com discursos de JK durante seu mandato presidencial e o vinho Marchese, vinícola instalada no Cerrado brasiliense. E estendeu a fala ao secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo.
“Paulo, nós já estivemos juntos ao longo de tantos anos, discutindo sobre todos os segmentos desta cidade. Mas eu nunca imaginaria que estaríamos nos preparando para esta grande virada da tecnologia. Eu sou do Tocantins, filho de pai garimpeiro, e graças ao nosso redentor Juscelino Kubitschek, que nos permitiu chegar até aqui e ser o que somos. E homenageio você pela disposição em construir pontes para temas relevantes por Brasilia”, concluiu.