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“Estamos apreensivos”, diz presidente do Sindiatacadista-DF sobre reforma tributária

O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista-DF). Álvaro Júnior, disse estar “apreensivo” sobre como será feita a regulamentação da nova reforma tributária, que deve ocorrer ainda este ano.

Durante entrevista ao GPS|Brasília, concedida no fim de segunda-feira (20), o representante dos empresários compartilhou preocupações em relação às recentes mudanças na legislação e os potenciais impactos na capital federal, o que pode afetar o bolso do contribuinte.

Antes, o ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, confirmou que a ideia do governo federal é encaminhar os projetos de regulamentação da reforma ao Congresso até o mês de março. A parte constitucional do texto foi aprovada e promulgada pelo Congresso em dezembro do ano passado, mas faltam os adendos que detalham a medida.

“Essas mudanças realmente [representam] um aumento substancial da carga tributária, né? Não só em cima do atacado. No geral, na economia como um todo. Então, a gente vê com muita apreensão essas mudanças que houveram na questão da tributação, das subvenções, então, realmente, nós estamos vindo de um período de dois anos de juros muito altos e impostos, onde a economia volta a se reassentar… A gente teve aí, à época do covid um crescimento grande. no setor, o atacado cresceu bastante, apesar de continuar crescendo no ano passado. Mas a gente vê com muita preocupação essa questão do aumento substancial das cargas tributárias”, disse.

Incentivo fiscais

Segundo o presidente do Sindiatacadista-DF, o setor atacadista, especificamente, será afetado pela questão da tributação dos incentivos fiscais, o que resultará em um aumento significativo nos impostos a serem pagos, especialmente em um momento em que as vendas estão em um “patamar desafiador”. Álvaro Júnior enfatizou que essa mudança terá um impacto direto nas margens de lucro das empresas, aumentando a preocupação em relação ao cenário econômico para o ano de 2024.

“Portanto, a partir de agora, vamos enfrentar uma carga tributária mais efetiva, que resultará em um aumento substancial nos momentos em que as vendas estão estagnadas. Isso afeta as margens, onde parte do aumento é repassada e parte é absorvida. Portanto, nós, como parte interessada no setor, estamos preocupados com o cenário futuro”, continuou.

Questionado sobre medidas governamentais que beneficiaram o setor, Júnior lamentou que os aumentos recentes foram todos relacionados à carga tributária, sem a implementação de incentivos fiscais ao setor.

“Não é novidade para ninguém que nos últimos 12 a 24 meses temos visto um aumento significativo em recuperações judiciais e dificuldades em várias empresas do varejo, pois o atacado é o principal financiador do pequeno e médio varejo. Portanto, tivemos um aumento substancial na inadimplência, o que é preocupante. Estamos muito apreensivos, pois não sabemos ao certo como o mercado se comportará. Pode haver um aumento significativo nas vendas seguido de um declínio rápido. E o contrário também pode acontecer, com uma queda nas vendas resultando em uma situação ainda pior”, temeu.

Quando questionado sobre as expectativas em relação aos preços dos produtos, Júnior destacou que estão apreensivos para ver como o mercado se comportará diante das mudanças na legislação tributária e da regulamentação da reforma tributária.

“A questão das alíquotas da nova reforma tributária que está por vir nos preocupa, pois defendemos a desoneração do segmento. Quanto mais você aumenta as taxas, mais sobrecarrega as empresas. E às vezes, o remédio pode ser pior que a doença e acabar atrapalhando muito”. finalizou.

 

Henrique Neri and Caio Barbieri

Estudante de Jornalismo no Centro Universitário de Brasília (CEUB), atua como estagiário, cobrindo diversas áreas do GPS

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