GPS Brasília comscore

Estados se queixam de texto da reforma tributária que deve ser votada nesta terça (7)

O alerta de secretários estaduais é de uma 'excessiva vinculação' de tributos prevista na reforma tributária
Estados se queixam de texto da reforma tributária que deve ser votado nesta terça (7)
Texto da reforma tributária passa primeiro pelo Senado, onde precisa de, no mínimo, 49 votos para ser aprovado | Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Compartilhe:

Na semana em que o Senado deve votar o texto da reforma tributária, os estados divulgam uma manifestação alertando para o que consideram uma “excessiva vinculação” entre os futuros tributos a serem criados com a modificação do sistema. A avaliação dos governos regionais é de que o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será repartido entre Estados e municípios, será um espelho da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que ficará com a União. Os estados pedem adaptações ao relatório da PEC 45 e reiteram a defesa da aprovação de uma reforma tributária moderna e que respeite o pacto federativo.

O manifesto assinado pelo Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), antecipado ao Estadão/Broadcast, argumenta que o ICMS, principal imposto estadual, é o mais alterado na reforma e que o papel dos Executivos estaduais foi esvaziado ao longo da tramitação do texto, levando a uma “federalização da administração tributária em níveis de centralização administrativa que rivalizam com aqueles que antecederam a redemocratização do país”.

O texto em tramitação no Congresso Nacional opera nesse sentido quando impõe excessivas vinculações do IBS a CBS, e não estabelece limites nítidos para evitar o avanço da futura contribuição de bens e serviços da União na base de incidência do imposto subnacional“, alertam os secretários.

O argumento é de que o artigo 149-B define o IBS como um tipo de espelho da CBS, o que “fere a autonomia dos entes subnacionais e causa uma indevida concentração das decisões sobre a tributação do consumo, de competência subnacional, junto ao poder central, malogrando o modelo federativo brasileiro, que pressupõe autonomia, principalmente amplitude do campo deliberativo, das unidades subnacionais“.

Pela reforma, a CBS estará em pleno funcionamento antes do IBS. Para os governos regionais, é necessária a previsão de travas para assegurar que a União não avançará sobre a base tributável subnacional.

A questão temporal é agravada com a imposição aos entes subnacionais de aplicar no IBS a mesma legislação definida para a CBS. Essa vinculação ignora importantes diferenças nas relações interfederativas, no qual o Executivo Federal tem um diálogo direto com o Legislativo Federal. No formato atual da PEC 45/2019, o Governo Federal terá condições de definir as regras do imposto de competência de estados e municípios, criando, na prática, um IVA-Nacional“, diz o documento do Comsefaz.