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Esses são os destaques da 56ª edição da Casa de Criadores

O GPS|Brasília seleciona os momentos mais marcantes da semana de moda autoral que aconteceu no Centro Cultural São Paulo

A 56ª edição da Casa de Criadores, realizada no Centro Cultural São Paulo, apresentou desfiles que colocaram em evidência a potência da moda autoral brasileira. Ao todo, 39 marcas participaram da temporada, apresentando coleções que exploram identidade, ancestralidade, sustentabilidade e expressão criativa.

Entre os destaques deste ano, chamaram atenção o retorno de Fábia Bercsek às passarelas, o espetáculo Experimentos, uma fusão de moda, arte e música com direção criativa de Lucas Caslú, e as coleções de Marlo, Guilherme Dutra e Casa Paganini, que cruzaram referências históricas e contemporâneas de forma inventiva.

Criada em 1997 por André Hidalgo, a Casa de Criadores é uma das principais plataformas da moda independente no Brasil. O projeto nasceu com o objetivo de abrir espaço para novos estilistas e fomentar uma moda mais diversa, acessível e conectada com questões sociais e culturais. Desde então, o evento tem sido vitrine de talentos emergentes e palco para coleções que fogem do convencional.

O GPS|Brasília acompanhou a temporada e selecionou os desfiles que marcaram a semana de moda.

O retorno de Fábia Bercsek às passarelas 

Dez anos afastada do calendário fashion, Fábia Bercsek voltou a desfilar na 56ª Casa de Criadores, sob curadoria de André Hidalgo, com uma coleção-manifesto que transforma sobras de estoque em poesia visual. Inspirada nas Exposições Universais do século XIX, a estilista inverte a lógica da novidade ao reconstruir peças esquecidas por meio de tinturas, costuras aparentes e intervenções ilustradas, criando silhouettes que flertam com o steampunk e a ficção científica, mas carregam camadas de espiritualidade e crítica ao consumo acelerado. O resultado é um desfile que mistura arte, moda e performance, convertendo a passarela em laboratório de colagens temporais e convidando o público a olhar para o descartado como matéria-prima de futuro.

Fotos: @marcelosoubhia @agfotosite

Espetáculo Experimentos por Lucas Caslú

O estilista Lucas Caslú apresentou Experimentos, um espetáculo que vai além do desfile tradicional ao fundir moda, arte e música em uma performance sensorial. A coleção nasceu de uma imersão em seu próprio acervo criativo, croquis antigos, peças já produzidas e registros de processos, para propor rupturas visuais em vez de transições sutis. Cada look carrega identidade própria, misturando tecidos leves como voil e tricoline a bases estruturadas como jeans e sarja, com babados, estampas, franjas e cortes geométricos.

Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

Marlo

Na Casa de Criadores 56, Marlo apresentou SANTÆ, uma coleção-manifesto que propõe um novo olhar sobre o sagrado. Inspirado por um Éden reinventado, onde corpos dissidentes e afetos antes marginalizados ocupam o centro da narrativa, o trabalho convida à liberdade de existir sem culpa, medo ou binarismos. Com peças construídas a partir de práticas sustentáveis, a coleção mistura estética fluida e formas ousadas para celebrar identidades que escapam às normas.

Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

Estreia da Kenner 

A Kenner fez sua estreia na Casa de Criadores ao lado da marca homônima da designer e artista visual Visén, em um desfile que uniu moda independente e crítica futurista. Em sua primeira participação no evento, a marca apresentou a sandália Rakka Boot, modelo que alia o conforto icônico da Kenner a um design urbano e contemporâneo. A peça integrou os looks da coleção Visceral, assinada por Visén, que também lançou um curta-metragem homônimo com narrativa distópica sobre colheitas genéticas em um mundo colapsado. Com estética dramática e toques de surrealismo, o desfile traduziu a resistência através da roupa e do caminhar. Para a Kenner, que há mais de 35 anos investe em projetos autorais e discursos de ruptura, a estreia marca mais do que presença: é uma afirmação de propósito.

Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

Poupées: Guilherme Dutra transforma memórias em moda afetiva

Guilherme Dutra levou à passarela da Casa de Criadores a delicadeza poderosa de Poupées, coleção que mergulha nas memórias de infância e nas relíquias afetivas dos avós para costurar uma narrativa sensível entre passado e presente. Inspirado pelo cheiro do pó de arroz da avó e pela rigidez silenciosa da alfaiataria do avô, o estilista cria peças que equilibram suavidade e estrutura, transbordando lirismo, afeto e reinvenção. Vestidos, rendas, paletós e gravatas aparecem como vestígios têxteis de uma história pessoal transformada em manifesto poético, onde vestir-se é também um gesto de escuta, cura e reencontro com as origens.

Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

 
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