O protagonismo brasileiro para a construção de uma nova economia global sustentável foi amplamente debatido, nesta quarta-feira (23), em Brasília, durante o ESG Summit Brazil 2025. A importante agenda, que posicionou a capital federal no epicentro das discussões sobre o papel estratégico do país na temática, contou com um ambiente voltado ao diálogo multissetorial e à articulação de políticas transformadoras. Ao todo, o evento reuniu mais de 100 lideranças nacionais e internacionais, entre eles, empresários, gestores públicos, diplomatas e especialistas em inovação.
O ESG Summit Brazil – realizado no momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP 30 – reforçou a ideia de que país possui não apenas a biodiversidade e os recursos naturais necessários, mas também a criatividade, inteligência institucional e capacidade de articulação que o mundo espera de uma liderança em soluções sustentáveis.
“Nos últimos 100 dias, tivemos acontecimentos decisivos na conjuntura da economia global. Este é o momento ideal para que o Brasil reforce sua vocação como exportador de soluções sustentáveis. Temos recursos naturais, biodiversidade e inteligência para liderar a transição energética, a segurança alimentar e a bioeconomia”, afirmou Lucas Martins, CEO da WVN Brasil e um dos realizadores do evento.
Entre os participantes estiveram no ESG Summit Brazil – um think tank itinerante e independente que promove encontros em formato de ecossistema colaborativo – nomes de destaque do setor público e privado, como o designer, artista e médico Oskar Metsavaht, fundador da marca Osklen e do Instituto-E, reconhecido pelo seu trabalho em moda sustentável.
“Quando olho para a moda, vejo as fibras, os corantes, a biodiversidade brasileira. Podemos utilizar nossos recursos naturais para deixar um mundo melhor para as próximas gerações”, disse Metsavaht. “A indústria da moda é uma das que mais poluem no mundo. Temos a chance de liderar uma nova economia baseada na nossa cultura, criatividade e natureza”, completou.
Representando o setor de infraestrutura, Cristina Castro, superintendente da ANTAQ, destacou o papel dos dados e da regulação: “Temos 150 portos no Brasil. O desafio é compreender suas especificidades e criar métricas claras para mensurar o desempenho ambiental. ESG é avaliação contínua — e dados são o novo petróleo.”
Na visão da especialista Jurema Andrade, a governança colaborativa será decisiva: “O Brasil precisa fomentar alianças que ampliem sua capacidade de crescimento com foco em infraestrutura sustentável. Estamos vivendo um momento de escuta ativa do governo e de oportunidade para apresentar propostas transformadoras.”
O evento contou ainda com participações de Marcelo Freixo, presidente da Embratur, que reforçou os esforços para melhorar a infraestrutura turística na Amazônia, e de representantes de empresas como Airbnb, além de painéis mediados por Rafael Brito, COO da Impact Coalition, especialista em negócios de impacto do Impact Bank e partner do ESG Summit Brazil.
Em um balanço do evento, Rafael Brito ressaltou a importância de integrar os diferentes setores da sociedade para gerar soluções reais e escaláveis. Segundo ele, o principal legado da edição realizada em Brasília foi consolidar um ambiente propício ao diálogo entre os setores público, privado e sociedade civil, promovendo conexões estratégicas com foco em políticas públicas, desenvolvimento regional e inovação sustentável.
“Não existe projeto grande ou ação transformadora sem interlocução. O Summit cumpriu seu papel de aproximar setores, ouvir desafios e construir caminhos viáveis. O Brasil tem tudo para liderar essa transição — e agora é hora de transformar potencial em realidade”, afirmou.
Rafael destacou ainda que o evento proporcionou um espaço rico de troca e articulação com painéis voltados à marca Brasil, à industrialização verde, ao agroturismo e à formulação de políticas públicas. “Ao reunir representantes da administração pública e de empresas inovadoras, conseguimos debater soluções concretas para os gargalos da governança e refletir sobre o papel que o Brasil pode desempenhar na construção de uma nova economia global”, disse.
A GPS|Foundation marcou presença com seu Head de Inovação Social, Pedro Barbosa, que acompanhou os debates e reforçou o papel da sociedade civil na construção de soluções sustentáveis. “Acreditamos que mudanças sistêmicas exigem articulação e coragem. O Summit nos oferece esse ambiente de construção coletiva, onde a inovação social encontra espaço para se tornar política pública”, afirmou.
Com edições previstas ainda em Madri, Paris, Milão, Lisboa, São Paulo e Belém, o ESG Summit Brazil segue sua missão de consolidar o Brasil como referência global na nova economia verde.