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Escritora Lella Malta: de Brasília para o Brasil

Com uma carreira de escritora que começou oficialmente em 2015, a brasiliense Lella Malta saltou do cenário literário local e está cada dia mais ganhando espaço em eventos literários de diversas partes do Brasil. Recentemente, lançou sua última obra: ‘Quanto mais falta?’, disponível em formato digital, mas que em breve terá a versão física. O livro marca o fim da série de romances contemporâneos WeHo.

Foto: Reprodução/Instagram

A autora, em entrevista concedida ao portal GPS Brasília, conta que embarcará em uma turnê de lançamento pelo Brasil. O trajeto passa pela Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a Bienal do Livro de Pernambuco, a Feira Literária de Tiradentes, a Feira do Livro de Brasília e a influente Festa Literária Internacional de Paraty.

Além de ser destaque na escrita, Lella Malta coordena dois projetos relevantes de incentivo à escrita e publicação de mulheres: o ‘Escreva, Garota!’, que oferece apoio, engajamento e capacitação contínua para autoras, e o ‘Elas Publicam’, um espaço de encontro para mulheres no mercado editorial.

Confira a entrevista completa abaixo e conheça um pouco mais dessa história.

1 – Como começou sua história como escritora?
A primeira memória que tenho como escritora me leva à segunda série do ensino fundamental. Participei de um concurso da escola no qual a bibliotecária deveria escolher o melhor livro escrito por um dos alunos. Não me recordo qual história maluca inventei. Lembro-me apenas de confeccionar um livro em cartolinas nas cores verde e azul. Ganhei o tal concurso. O prêmio era uma caixa de chocolate. Foi a primeira vez que experimentei a ideia de ser uma escritora. A vida correu em direções diferentes, no entanto. Me tornei cientista social, lecionei sociologia para o ensino médio durante seis anos, empreendi na área de alimentação saudável. Foi só em 2015 que lancei – de verdade – um livro que não fosse de cartolina.

2 – Qual foi seu primeiro livro e sobre o que ele fala?
O “Você tem fama de quê?” foi o meu primeiro livro. Lançado em 2015, ele ficou durante um mês na lista dos títulos mais vendidos pela Amazon Brasil. É uma comédia romântica que narra um amor – quase impossível – entre opostos. De um lado, temos Nina Mansur, minha livre, descontraída e famosa mocinha. Do outro, Dante Russell – o mais comedido e sistemático dos homens. É um livro leve e divertido que, ainda hoje, oito anos depois do lançamento, arrebata corações.

3 – Durante a sua carreira de escritora, quantos livros ao todo você já escreveu e qual deles mais marca sua trajetória? Por quê?
Tenho cinco livros lançados: três romances – “Você tem fama de quê?”, “Qual é o nome da vez?” e “Quanto mais falta?”, que fazem parte da trilogia WeHo; um livro autobiográfico que aborda a questão da saúde mental, o “Prazer Paniquenta: desventuras tragicômicas de uma ansiosa”; e o caderno interativo “30 Dias de Escrita Terapêutica”. Acredito que o que mais tenha marcado a minha trajetória tenha sido mesmo o “Você tem fama de quê?” – foi ele quem me trouxe para o mercado editorial, foi ele quem me intitulou escritora.

4 – Dos livros que já escreveu, qual foi o queridinho entre os leitores?
Minhas leitoras tendem a escolher o “Qual é o nome da vez?” como “queridinho”. Engraçado! Ele também é o meu preferido.

5 – Como surgiu a ideia de realizar um projeto voltado a ensinar meninas e mulheres a escreverem? O que te inspirou?
O processo de escrita tende a ser solitário. Quando entrei no mercado editorial, em 2015, me vi, além de sozinha, completamente perdida. Não sabia como me capacitar, quais profissionais deveria contratar, não conseguia espaço para dar visibilidade ao meu trabalho. Assim, em 2020, decidi criar o Escreva, Garota! – um grupo de apoio, engajamento e capacitação continuada para mulheres que escrevem. Um projeto que nasceu para evitar que as escritoras iniciantes passassem, sozinhas, por todas aquelas dificuldades que enfrentei no início da carreira. Além de profissionalizar essas mulheres e fortalecer uma rede de apoio feminina, também marcamos presença nos maiores eventos literários do país: como as Bienais de SP e Rio, e FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty). É um projeto que visa a combater o apagamento da escrita de mulheres. E que, acima de tudo, encara essa escrita como importante ferramenta de empoderamento feminino.

6 – Fale um pouco sobre o tipo de livro que escreve. A maioria é romance? O que te faz gostar desse tipo de literatura?
Eu sou uma romântica incurável – que ama finais felizes, que é viciada em clichês. Escrevo romances porque amo ler romances.

7 – Sobre o livro que você está lançando “Quanto mais falta?”, o que ele representa no encerramento dessa séria de romances contemporâneos?
O “Quanto mais falta?” é o meu livro mais maduro. E, quando falo em maturidade, me refiro à escrita, mas também aos elementos da própria narrativa, aos temas abordados. É um romance contemporâneo que fala sobre ausência, sobre abandono. É sobre aquele tipo de amor improvável, que começa como um caso de verão e ultrapassa a estação. É para quem ama um romance sobre segundas chances. É denso. Foi maravilhoso fechar a trilogia Weho com ele. Me sinto orgulhosa de como a série terminou.

8 – Para finalizar, quero que fale da sua relação com Brasília e do seu sentimento em sair da capital federal para participar de vários eventos literários no Brasil?
Brasília inspira minha escrita a cada esquina. Não poderia ser diferente, né? Essa arquitetura, esse céu, esses ipês floridos que não cansam de nos ensinar sobre recomeços! Amo viajar pelo Brasil levando a minha arte, mas minhas palavras, sem dúvida alguma, são crias do cerrado.

Ailane Silva

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