O enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia e a Rússia, o tenente-general aposentado Keith Kellogg, encontrou-se com o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, nesta segunda-feira (14). No encontro, o llíder ucraniano agradeceu a visita ao país e a participação da Conferência de Recuperação da Ucrânia e da reunião em Roma, ao lado dos senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal, autores de projeto de lei bipartidário que prevê sanções aos russos.
Somos gratos ao presidente dos Estados Unidos por todas as suas mensagens e decisões realmente firmes sobre a retomada do fornecimento de suprimentos. Agradecemos o apoio bipartidário. Tivemos uma conversa muito boa com o presidente em Haia e também conversamos por telefone. Tomamos algumas decisões que são muito positivas para ambos os países”, disse Zelensky.
Zelensky e Kellogg discutiram os ataques da Rússia contra civis e infraestruturas críticas, bem como o fortalecimento da defesa aérea da Ucrânia. Somente em junho, a Rússia lançou mais de 330 mísseis contra a Ucrânia, incluindo 80 balísticos, mais de 5 mil drones de ataque e 5 mil bombas aéreas. Eles também abordaram as perspectivas de um cessar-fogo, a necessidade de aumentar a pressão sobre a Rússia e medidas conjuntas para alcançar uma paz justa e duradoura.
Zelensky confirmou a disposição da Ucrânia em comprar armas americanas, especialmente sistemas de defesa aérea. As partes também discutiram a produção conjunta de drones, a possibilidade de compras diretas de UAVs ucranianos pelos Estados Unidos e o potencial de aquisição de armas em cooperação com parceiros europeus.
Anúncio de Trump
Na semana passada, Trump insinuou que faria um “importante anúncio” sobre a Rússia nesta segunda. A rápida interrupção da guerra é uma das prioridades diplomáticas de Trump, que tem expressado frustração cada vez maior com a postura inflexível do presidente russo, Vladimir Putin, em relação aos esforços de paz liderados pelos EUA.
Trump há muito se gaba de seu relacionamento com Putin e, após assumir o cargo em janeiro, declarou em várias ocasiões que a Rússia estava mais disposta a chegar a um acordo de paz do que a Ucrânia. Simultaneamente, Trump acusou o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, de prolongar a guerra e o chamou de “ditador sem eleições”.
No entanto, ataques implacáveis da Rússia contra áreas civis da Ucrânia desgastaram a paciência de Trump. Em abril, Trump apelou a Putin que parasse de lançar ataques mortais contra Kiev e, em maio, disse em uma postagem nas redes sociais que o líder russo havia ficado “absolutamente louco!” em meio aos bombardeios.
Estou muito decepcionado com o presidente Putin, pensei que ele fosse alguém que cumprisse sua palavra. Ele fala tão bonito e depois sai bombardeando pessoas à noite. Não gostamos disso”, disse Trump, no fim do domingo (13).
Trump confirmou que os EUA enviarão à Ucrânia mísseis de defesa aérea Patriot, de fabricação americana, para ajudar a repelir os ataques aéreos da Rússia. Disse ainda que a União Europeia pagará aos EUA pelas “várias peças de armamento muito sofisticadas” que Washington enviará. A UE, no entanto, não tem permissão para comprar armas, segundo seus tratados.
Os países membros do bloco estão adquirindo e enviando armas para a Ucrânia, assim como nações que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os integrantes da UE estabeleceram o chamado Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para que os países que fornecem armas à Ucrânia possam ser reembolsados para recompor seus próprios estoques. (Com Estadão Conteúdo e Associated Press).