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Em teste, vacina contra câncer de pele tem bons resultados

O método avançará para próxima fase em 2023, quando será testada em um amplo número de pacientes em tratamento contra doença

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Uma **nova vacina** em fase de testes desenvolvida pelas farmacêuticas **Moderna e Merck Sharp and Dohme (MSD)** pode diminuir os riscos de morte ou regresso de **câncer de pele** em pacientes que estão tratando a doença. Os resultados iniciais, ainda não publicados em revistas científicas, foram divulgados este mês e mostram que pacientes que receberam a vacina junto à terapia **Keytruda**, que aumenta a capacidade do sistema imune do corpo em detectar e combater as células tumorais, tiveram **44% menos chances de morte ou retorno da doença**.

O novo produto utiliza a tecnologia de **RNA mensageiro (mRNA)** – a mesma de imunizantes contra covid-19 – e por isso permite personalizar doses da vacina com até 34 antígenos que podem ser detectados em melanomas, o tipo de câncer mais frequente no Brasil, correspondendo a 30% dos casos da doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

_”É uma tecnologia similar à das vacinas contra covid-19, que permite criar rapidamente novas vacinas a partir de diferentes antígenos. Mas, neste caso, a personalização é feita de paciente para paciente e não em massa, como é feita com as doses atualizadas contra covid. Além disso, as células cancerígenas não sofrem mutações tão rapidamente quanto o vírus”_, explica **Márcia Abade**, diretora médica da **MSD Brasil**.

Até agora, os testes vêm sendo realizados em **157 pacientes** pacientes com melanoma de estágios III e IV que foram submetidos a resseção cirúrgica completa. Em 2023, a vacina passará por uma última fase de testes – que deve ter um grupo de pacientes maior e durar em torno de dois a três anos. Se comprovada a sua eficácia e segurança, ela será comercializada.

**Personalização e precisão no tratamento do câncer**

![Foto: Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/lucas_vasques_9vn_A_Cv_X2748_unsplash_5c21432dcf.jpg)

Para desenvolver a vacina, a farmacêutica utiliza como base um exame de biópsia do paciente, em que são detectados os antígenos daquele tumor e desenvolvem a vacina personalizada. _”Nós fazemos uma análise genética e endereçamos uma vacina específica, individualizada, para aquele paciente”_, complementa **Márcia Abade**. Com isso, segundo a médica, as chances de eficácia tendem a ser maiores.

A aprovação da vacina em teste pode ser um primeiro passo para a utilização dessa tecnologia para outros tipos de câncer, aponta **Stéphane Bancel**, diretora-geral da **Moderna**.

_”Iniciaremos estudos adicionais em melanoma e outras formas de câncer com o objetivo de trazer um tratamento de câncer verdadeiramente individualizado aos pacientes”_, afirma ela. _”Estamos ansiosos para publicar os dados completos e compartilhar os resultados em uma próxima conferência médica oncológica, bem como com as autoridades de saúde.”_

Por Giovanna Castro, especial para o Estadão