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Em partida marcada por protestos, Inglaterra goleia o Irã

Apitado pelo brasileiro Raphael Claus, jogo teve 24 minutos de acréscimos devido a paralisações nas duas etapas

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Inglaterra e Irá fizeram um jogo recheado de protestos e de gols. Se o time inglês foi aparentemente econômico nas manifestações políticas, sobrou em campo e fez seis gols no frágil time iraniano, comandado pelo português Carlos Queiroz. O resultado premiou a maior qualidade técnica dos ingleses.

Antes de a bola rolar, havia muita expectativa quanto aos protestos, especialmente se o capitão inglês Harry Kane iria peitar a Fifa e entrar com a braçadeira nas cores do arco-íris, em protesto contra a discriminação à comunidade LGBTQI+ no Catar. Mas ele veio com o material entregue pela entidade. Enquanto isso, os jogadores iranianos aderiram à onda de protestos em seu país, que já duram dois meses, depois da morte de Mahsa Amini, jovem que estava sob custódia da polícia mora. O grupo se recusou a cantar o hino. O gesto pareceu animar os ingleses que, timidamente, ajoelharam-se em protesto contra o racismo.

Com a bola rolando, o Irã mostrou logo ao que veio. O 4-3-3 era só no papel e o selecionado veio em um 5-3-2 de tal forma compactado que nenhum jogador passava do meio de campo. A Inglaterra desde o primeiro minuto e o VAR ainda teve de analisar um possível pênalti Maguire, sem pedir checagem de Raphael Claus.

Aos 8 minutos, no entanto, veio um lance decisivo. Ao sair do gol, Beiranvand chocou-se com violência contra seu próprio zagueiro, Majid Hosseini. Foi atendido pelos médicos por mais de oito minutos, com forte sangramento no nariz. Assim que a bola voltou a rolar, ele não aguentou e pediu para sair, com suspeita de concussão, dando a vaga a Hossein Hosseini. No total, foram mais de 11 minutos de jogo parado para atendimento e substituição.

Com 20 minutos no relógio e goleiro novo, o jogo retomou o ritmo inicial. A Inglaterra rondava a área, mas sem conseguir penetrar a fechada defesa do Irã. Mas o gol era questão de tempo. Aos 31 minutos, Maguire cabeceou no travessão, após cobrança de escanteio, feita por Trippier. E aos 34, a rede balançou. Sterling lançou Shaw, que cruzou na cabeça do jovem Bellingham, que mirou o canto do goleiro Hosseini, sem defesa.

A partir daí, o Irã desmoronou. A Inglaterra veio para seu campo e abriu os espaços na defesa iraniana. Aos 41, após escanteio, Maguire ajeitou para Saka, que bateu no cantinho, para fazer 2 x 0. Quatro minutos depois, mais um gol: Kane foi lançado pelo lado e cruzou na medida, para Sterling ampliar. Nos 14 minutos de acréscimo, dados por Claus, a Inglaterra gastou o tempo, poupando o Irã de um vexame maior.

Na volta para o segundo tempo, Carlos Queiróz trocou o atacante Jahanbakhsh pelo meia Gholizadeh, na tentativa de segurar o ímpeto inglês. Com calma, o time de Gareth Southgate conseguiu superar a retranca mais uma vez, aos 16 minutos. Sterling passou a Saka, na entrada da área, que passou por dois marcadores e bateu rasteiro, no canto, para fazer 4 x 0.

O gol levou o Irã para o ataque. Três minutos depois, Gholizadeh tocou para Taremi na área. O atacante deu uma bomba, que bateu no travessão e entrou. Mas logo após um pacote de quatro mudanças no time inglês, o placar voltou a ser alterado. Aos 25, Rashford, que havia entrado um minuto antes no lugar de Saka, recebeu a bola na entrada da área, driblou um marcador e chutou rasteiro, para fazer Inglaterra 5 x 1.

Animada, a seleção inglesa buscou uma goleada marcante, voltando a imprensar o Irã. Aproveitou para treinar o controle de jogo e, aos 43, chegou ao sexto gol. Wilson, que entrara no lugar de Harry Kane, foi lançado na área e, na cara do goleiro, rolou a bola para Grealish fazer o sexto gol, igualando os 6 x 1 aplicados no Panamá, na Copa de 2018.

Por conta das substituições, Raphael Claus deu mais dez minutos de jogo. Enquanto a Inglaterra tocava a bola, o Irã passou a pressionar para tentar diminuir o vexame. Aos 52, Azmoun parou em uma bela defesa de Pickford, com a bola batendo no travessão, antes de sair. E, no último lance da partida, o VAR chamou o árbitro brasileiro, para mostrar um puxão de Stones em Pouraliganji. Pênalti marcado após a revisão, Taremi deslocou Pickford na cobrança, para dar números finais ao jogo.

**INGLATERRA 6**
Pickford, Trippier, Stones, Maguire (Dier) e Shaw; Rice, Bellingham, Sterling (Grealish), Saka (Rashford) e Mount (Foden); Harry Kane (Callum Wilson).
**Técnico:** Gareth Southgate

**IRÃ 2**
Beiranvand (Hossein Hosseini), Moharrami, Cheshmi (Kanaani), Majid Hosseini e Mohammadi (Torabi); Hajsafi, Nourollahi (Azmoun) e Karimi (Ezatolahi); Pouraliganji, Taremi e Jahanbakhsh (Gholizadeh).
**Técnico:** Carlos Queiroz

**Gols:** Bellingham, aos 34, Saka, aos 41, e Sterling, aos 45 minutos do primeiro tempo; Saka, aos 16, Taremi, aos 19, Rashford, aos 25, Grealish, aos 43 e Taremi (pênalti), aos 54 minutos do segundo tempo.

**Árbitro:** Raphael Claus, auxiliado por Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Danilo Ricardo Simon Manis, todos do Brasil.

**Estádio:** Internacional Khalifa