GPS Brasília comscore

Em notas, OAB/DF e Setor Produtivo criticam falas do chefe da Casa Civil

Ordem fala em falta de "noção da responsabilidade que o alto cargo público exige". Já as entidades ligadas à podução dizem que Rui Costa mostrou "preconceito e desconhecimento" da realidade de Brasília
Sede da OAB-DF
Sede da OAB-DF | Foto: Divulgação

Compartilhe:

Em nota veiculada neste domingo (4), a direção da Ordem dos OAB/DF criticou o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, dizendo que ele “deveria ter a exata noção da responsabilidade que o alto cargo público para o qual foi nomeado exige”.

 

“O respeito à dignidade de todos os cidadãos de Brasília e daqueles que são recebidos de braços abertos na nossa Capital é missão institucional daqueles que foram eleitos pelo povo do País. Digamos não a discursos desalinhados com o que Brasília representa para o país. O DF é da gente, de toda a gente trabalhadora e honesta que está por aqui. Os dizeres do ministro, ofendem a memória de nossos antepassados, daqueles que acreditam no projeto de um Brasil para todos que Brasília representa”, diz parte do documento publicado no site da instituição.

 

Ainda conforme a nota, a “diretoria da OAB/DF vem, firmemente, repudiar suas declarações, tal como publicadas neste domingo pelo jornal Correio Braziliense, e convidar a todas e todos que participem da nossa campanha ‘O DF é da gente'”, encerra.

 

Revolta também no setor produtivo

Em outra nota divulgada neste domingo (4), diversas entidades do setor produtivo do Distrito Federal repudiaram a fala do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que em evento recente na Bahia afirmou que Brasília seria uma “ilha da fantasia”. 

 

“Com todo respeito à história do ministro, sua fala denota, no mínimo, preconceito e desconhecimento. Brasília abriga, hoje, mais de 3 milhões de brasileiros com origem em todas as regiões do País. Desses, quase 60% são brasilienses natos. A capital, oitava maior economia do país, produz para o Brasil um PIB de R$ 337 bilhões, fruto do trabalho incansável destes brasileiros. Sua indústria, comércio e serviços gera quase 500 mil empregos formais. Abrigamos o poder federal, com todos os ônus e bônus advindos da decisão de JK, que, a olhos vistos, cumpriu o objetivo de trazer desenvolvimento para a região central do País, até então desocupada”, diz a nota.

 

O documento foi assinado por entidades como Sindicato das Empresas da Construção Civil (Sinduscon/DF), o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do DF (Codese), a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF) e Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), entre outras. E faz também uma crítica ao desconhecimento de Rui Costa da realidade de Brasília e cidades.

 

“Se conhecesse nosso povo, as culturas regionais aqui preservadas e a nova cultura aqui nascida, resultado da fusão de raças, cores, credos e regionalidades que só Brasília possui, seguramente o ministro não pensaria assim. Se andasse pela Brasília real, muito maior que a Brasília da esplanada dos ministérios, conheceria de perto uma cidade viva, pujante, com riquezas e pobrezas, virtudes e defeitos, como qualquer cidade brasileira, e teria se abstido de fala tão ofensiva à nossa população”, completa.

 

Segundo a nota, a postura esperada do ministro era de que buscasse unir o País. “Ao contrário do que foi dito, aqui vivem em um mundo bastante real mais de 3 milhões de brasilienses, todos à espera de que aqueles que só enxergam a ‘ilha de fantasia’ façam a sua parte na gestão desse país, com trabalho, seriedade e responsabilidade”, acrescenta o documento, que termina afirmando que as entidades do DF vão continuar “produzindo riquezas, empregos e dignidade, mantendo a esperança de um País mais justo, livre e unido”.