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Em conversa com o GPS, Marisa Orth fala de seu novo espetáculo, ‘Barbara’

A atriz desembarcou na capital para a estreia de seu primeiro monólogo, e contou um pouco da sua experiência

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Embora esteja a completar quarenta anos de carreira em 2023 e acumulado diversos trabalhos de sucesso na TV, no teatro, no cinema e até em musicais, a atriz Marisa Orth nunca havia se aventurado a fazer um monólogo.

 

A oportunidade de passar pela experiência veio com o espetáculo ‘Barbara’, baseado no livro ‘A Saideira: uma dose de esperança depois de anos lutando contra a dependência’ da jornalista Barbara Gancia e que relata a sua vivência com o alcoolismo.

 

O espetáculo está em cartaz neste fim de semana aqui na cidade, no Teatro Royal Tulip e ainda dá tempo de você conferir a obra, que retrata uma experiência real e sem tabus dentro do espectro do alcoolismo. E durante a sua estadia, Marisa aproveitou e bateu um papo com o GPS, que você confere logo abaixo:

 

Bárbara é o seu primeiro espetáculo solo. Porque decidiu que esse era o momento?
 

Não foi uma decisão calculada, teve muito a ver com a pandemia e com uma proposta que o Bruno Guida, diretor da peça, fez para mim.

Eu nunca fiz um monólogo e sempre quis ter essa experiência, a proposta veio em um momento onde equipes pequenas eram mais desejáveis. Foi o que me fez decidir.

Qual foi o lado mais positivo e a maior dificuldade em fazer uma peça solo?
 

A maior dificuldade é que como só tem você no palco, é você quem fica responsável por dar conta de tudo e manter o ritmo. Tem aquele medo natural de esquecer o texto também, mas é muito satisfatório quando você consegue segurar uma plateia inteira. É uma alegria e uma bênção muito grandes.

 

A peça fala sobre alcoolismo. O tema foi o principal responsável pela sua vontade em participar?
 

Não foi. Eu não vejo nenhum problema em falar sobre alcoolismo, e acho que o Brasil precisa debater o assunto. Gostei muito do livro da Barbara Gancia.

Embora, graças a Deus, eu não tenha casos de alcoolismos próximos a mim ou na minha família, já conheci várias pessoas que podem e poderiam vir a sofrer com isso, e também acho que é um tema muito próximo do brasileiro.

Como foi levar o alcoolismo para o palco?
 

Eu acho fundamental falarmos do assunto. Debater alcoolismo, compulsão, dependência de drogas, que é um problema presente no mundo inteiro e tá do nosso lado. Não foi intencional querer falar do alcoolismo, nós vimos o livro da Barbara e pensamos que poderia dar uma uma bela peça porque não é um livro que aborda o alcoolismo pelo viés médico ou clínico, mas retrata a dificuldade de ser feliz, sobre essas vontades e a realidade. É muito pertinente.

Acredita que a peça possa ajudar os dependentes e seus familiares? De que forma?
 

Eu insisto em dizer que a peça não tem um fim terapêutico, mas eu acho que é possível sim. Estamos viajando com a peça há algum tempo e eu acho que ela ajuda os familiares a entenderem o alcóolatra, que ele não faz por mal, mas está doente e precisa de ajuda. Entendem que isso pode acontecer com qualquer um e tem sido muito gratificante a resposta do público ao redor do Brasil.