Em carta, Lula rebate tarifas dos EUA e defende soberania brasileira

Presidente argumenta que os EUA acumularam superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou neste fim de semana um artigo em que responde às medidas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump contra o Brasil. No texto, Lula afirma que a decisão da Casa Branca de elevar em até 50% as tarifas sobre produtos brasileiros “não tem fundamento econômico” e é movida por “interesses políticos”.

Segundo Lula, os Estados Unidos não possuem déficit na balança comercial com o Brasil. Pelo contrário, acumularam superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Além disso, quase três quartos das exportações americanas entram no mercado brasileiro sem tarifas, com média efetiva de apenas 2,7%. Para o presidente, recorrer a ações unilaterais, em vez de negociações multilaterais, é “o remédio errado”.

O presidente afirma que o verdadeiro objetivo de Washington é interferir em questões internas, mencionando que as tarifas e a Lei Magnitsky estariam sendo usadas para buscar impunidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele lembra que o Supremo Tribunal Federal condenou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, após investigações que revelaram planos de assassinato e um decreto para anular as eleições de 2022.

Lula defendeu o sistema de Justiça brasileiro contra acusações de censura a empresas de tecnologia dos EUA. Ele argumenta que todas as plataformas digitais, nacionais ou estrangeiras, devem seguir as mesmas leis. “Não é censura regular o que protege famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio”, disse.

Meio ambiente e Amazônia

Lula destacou que o Brasil reduziu pela metade o desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos e reforçou que a responsabilidade climática deve ser compartilhada. Ele alertou que o aquecimento global pode transformar a floresta em savana, afetando inclusive o regime de chuvas no Meio-Oeste dos EUA.

Ao final, o presidente afirmou que o Brasil segue disposto a negociar acordos que tragam benefícios mútuos, mas frisou que “a democracia e a soberania do Brasil não estão em negociação”. Citando discurso do próprio Trump na ONU, Lula defendeu que Brasil e Estados Unidos podem ser duas grandes nações que cooperam “com base no respeito mútuo”.

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Edição 43

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