O vice-presidente Geraldo Alckmin enviou, nesta terça-feira (15), uma carta ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao Representante de Comércio norte-americano, Jamieson Greer, criticando a decisão do presidente Donald Trump em impor tarifas de até 50% a produtos brasileiros.
No documento, assinado também pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o governo brasileiro manifesta “indignação com o anúncio”. “A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”, defende.
“Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”, prossegue o Executivo nacional na carta.
O governo federal afirma que, desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em abril deste ano, o Brasil tem “dialogado de boa-fé” com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral.
Alckmin e Vieira defendem, ainda, que o País, diferentemente do sustentado por Trump, acumula “grandes déficits comerciais” tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, de quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos.
“O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral“, finaliza o documento.