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Em Brasília, Marcelo Rosenbaum apresenta exposição e fala da potência da capital

O renomado arquiteto Marcelo Rosenbaum esteve na capital a convite do Brasília Design Week, onde apresentou uma exposição fruto de um trabalho de dois anos realizado com comunidades do Jalapão. Como parte da programação do evento, o arquiteto esteve em um encontro com profissionais da área, na suíte presidencial do Kubitschek Plaza Hotel, e contou detalhes sobre o projeto, além de seu encantamento por Brasília. 

Ao todo, foram dois anos para o desenvolvimento do projeto que resultou na exposição “Jalapoeira Apurada”, que agora está em Brasília e pode ser vista no Museu Nacional da República na terceira edição do BDW. Rosenbaum, que nunca havia entrado no museu, diz ter ficado emocionado com a grandiosidade: “Para mim é uma honra estar dentro de um edifício do Niemeyer. Quando eu entrei, você suspira, de tão lindo. A hora que eu saio daquele anexo e eu olho para aquela oca, aquelas rampas, quando eu passo pela rampa externa, é alucinante“, destaca.

A exposição que visita Brasília é resultado de um projeto criado pelo seu instituto A Gente Transforma e o WWF (Fundo Mundial Para a Natureza). O objetivo foi utilizar o capim dourado e o buriti, além de técnicas de artesãs do Jalapão, para fazer novos produtos e expandir essa arte ancestral. 

Foto: Vanessa Castro

Foto: Vanessa Castro

Inicialmente, Marcelo Rosenbaum, que recebeu um convite do WWF para desenvolver uma coleção com os produtos da região, pensou em recusar. “Não me interessava fazer mais uma coleção, ir lá, fazer mais um catálogo, fotografar, ser lindo. E a comunidade, o que que ela ganha com isso?”, questionou. Segundo ele, são inúmeras as iniciativas desse tipo e Rosenbaum buscava algo mais valioso. “Eu quero ir lá, entender e conversar com essas mulheres, entender o que elas querem, o que que precisam”, lembra.

E conseguiu encontrar. Em seu visita, o arquiteto conheceu o trabalho ancestral de mulheres de três comunidades quilombolas do Jalapão — que é uma importante unidade de conservação brasileira no Tocantins: a Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros (ACAPPM), Associação de Artesãos e Extrativistas do Povoado do Mumbuca e Associação Quilombo do Prata. 

O trabalho se debruçou em construir uma identidade que partisse das memórias das artesãs com o capim dourado. O nome da exposição, criado por elas, surge do movimento da autoria, que representa o saber fazer capim dourado e a força dessa união de mulheres que trabalham pela conservação do Cerrado, o bioma mais desmatado do Brasil.

Foto: Vanessa Castro

Foto: Vanessa Castro

Identidade e diversidade

Ainda durante a sua passagem por Brasília, o arquiteto que, atualmente se dedica ao design, ainda falou da potência que sentiu na cidade: “Eu não conhecia uma boa parte [dos edifícios], alguns eu conhecia, mas estar naquele conjunto é muito interessante. É impossível um ser humano que se crie nesses espaços não traga essa liberdade“, diz.

Para Rosenbaum, a identidade em Brasília está muito bem representada. É incrível viver isso, é muito bonito e tem uma diversidade… e é importantíssimo esse recorte e essa identidade que se apresenta a partir do design“, completa. 

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