Redação GPS Enquanto os valores de planos de saúde no Brasil seguem aumentando de forma demasiada a a cada ano, o lucro das prestadoras de serviço seguem a mesma linha. Segundo os dados revelados nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde obtiveram um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões em 2024, representando um aumento de 271% em relação a 2023.
Esse desempenho é também superior ao total dos lucros acumulados nos três anos anteriores. Esse montante corresponde a cerca de 3,16% da receita global das operadoras, que foi de aproximadamente R$ 350 bilhões. Em outras palavras, a cada R$ 100,00 gerados, as empresas registraram cerca de R$ 3,16 de lucro.
O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar também revela que a sinistralidade do último trimestre de 2024 foi a mais baixa desde 2018, ficando em 82,2%. Esse índice mede a proporção da receita gerada pelas mensalidades que é direcionada para as despesas assistenciais. Ou seja, os planos de saúde usaram cerca de 82,2% dos recursos recebidos dos clientes para custear os serviços e insumos demandados pelos usuários.
Segundo a ANS, o desempenho positivo é consequência de uma reestruturação financeira realizada principalmente pelas grandes operadoras, que têm aumentado as mensalidades em níveis superiores ao crescimento dos custos com despesas assistenciais. Parte importante deste resultado financeiro favorável também é atribuída aos ganhos com investimentos financeiros.
A maior parte do lucro do setor foi concentrada nas operadoras médico-hospitalares de grande porte, que somaram R$ 9,2 bilhões. Considerando apenas essas empresas, a diferença entre as receitas e as despesas diretamente associadas à assistência foi positiva em R$ 4 bilhões.
