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Eleições no Brasil enfrentam novo desafio com deepfakes criadas por inteligência artificial

Especialista alerta sobre o perigo de fakenews nas campanhas
Um terço dos brasileiros ainda acredita em fraude nas urnas eletrônicas na eleição de 2022
Foto: Antônio Augusto/Ascom/TSE

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Com a proximidade das eleições municipais brasileiras, um novo risco ameaça a integridade das campanhas: o uso de deepfakes, vídeos manipulados por inteligência artificial que simulam falsamente falas e ações de figuras públicas.

Especialista em marketing digital e inteligência artificial, Camila Renaux alerta sobre os impactos dessa tecnologia no pleito e compartilha orientações para que os eleitores não caiam em desinformação.

“No início deste ano, vimos casos preocupantes, como a utilização da voz do presidente dos EUA, Joe Biden, em uma ligação robótica para desencorajar eleitores nas primárias. Casos semelhantes aconteceram na Índia e na Indonésia com políticos falecidos apoiando sucessores. Nenhum deles era real”, exemplifica Renaux.

No Brasil, o uso de deepfakes já foi confirmado em campanhas eleitorais, levando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criar regulamentações claras sobre a utilização de IA nas eleições. As novas regras proíbem o uso de deepfakes e exigem que qualquer conteúdo gerado por IA seja explicitamente informado ao público.

Renaux finaliza com um alerta: “As mesmas tecnologias que facilitam o dia a dia podem ser usadas para manipular, e só com informação e cautela podemos evitar sermos enganados”.

A especialista elencou algumas dicas para alertar os eleitores sobre possíveis conteúdos falsos. Veja abaixo:

Como identificar deepfakes e evitar desinformação

  1. Verifique a fonte: Notícias sensacionalistas ou impactantes merecem uma análise mais cuidadosa. Cheque se o site é confiável.
  2. Desconfie de manchetes exageradas: Textos alarmistas podem ser criados para manipular emoções.
  3. Confirme em outros veículos: Se uma notícia importante não é reportada por outros meios de comunicação, pode ser falsa.
  4. Fique atento à data: Conteúdos antigos podem ser reutilizados para enganar.
  5. Analise a qualidade do texto: Erros gramaticais ou linguagem estranha podem ser sinais de conteúdo gerado por IA.
  6. Examine as imagens: Ferramentas como o Google Imagens ajudam a verificar a autenticidade de fotos.
  7. Desconfie de perfis desconhecidos: Contas recém-criadas podem ser usadas para disseminar fake news.
  8. Cuidado com informações que confirmam suas crenças: Conteúdos que reforçam opiniões pessoais podem ser criados para enganar.