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Eleição para presidência do PT expõe racha ideológico e disputa por rumos do partido

Quatro candidatos disputam o pleito que promete ser o mais acirrado da legenda

Marcada para este domingo (6), a eleição para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) expõe divisões internas e revela um embate ideológico sobre os rumos da sigla e seu papel nas articulações para as Eleições de 2026. Quatro candidatos disputam uma eleição que promete ser a mais acirrada do PT nos últimos anos – três deles com perfil mais à esquerda. O nome apoiado por Lula é tido como o candidato mais “moderado”.

O planejamento do PT para as eleições prevê a promoção de dez debates entre os candidatos. Já neste pleito, a legenda irá retomar o modelo de eleições diretas. Nas últimas duas eleições, em 2017 e 2019, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita em votação híbrida. Desde que assumiu a pasta, o partido é presidido interinamente pelo senador Humberto Costa (PE).

Internamente, o partido dá como certo um segundo turno na eleição presidencial, ainda neste mês. 

Conheça os candidatos:

Edinho Silva

Favorito à cadeira e nome apoiado por Lula, Edinho Silva é candidato pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB). De perfil mais à centro-esquerda e moderado, ele propõe uma reorganização interna no PT com foco no fortalecimento da democracia partidária, na valorização das instâncias e no resgate do trabalho de base. Além disso, entende que a sigla se preparar para o “pós-Lula”, sendo seu sucessor um nome definido a partir de uma decisão coletiva.

O petista acredita que a sigla deve ter papel ativo na sustentação do governo federal, atuando tanto nas redes quanto nas ruas, por meio da mobilização social e da interlocução com os movimentos populares e parlamentares. Edinho também defende maior autonomia do futuro presidente da sigla para indicar cargos na direção partidária, inclusive na estratégica tesouraria, responsável pela gestão dos recursos do fundo eleitoral e partidário.

Romênio Pereira

Um dos fundadores do PT e atual secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira defende uma direção mais atenta às demandas dos pequenos e médios municípios, que, segundo ele, vêm sendo negligenciados na distribuição dos recursos do fundo eleitoral. Representante da corrente Movimento PT, ele afirma que sua ala foi a única a propor uma destinação específica de 6% do fundo para os setoriais partidários. Romênio propõe ainda fortalecer o papel dos parlamentares das assembleias legislativas e dar mais voz às regiões fora dos grandes centros, buscando descentralizar o poder dentro da legenda.

Romênio também aposta no fortalecimento do diálogo com as comunidades rurais, populações vulneráveis e diferentes matrizes religiosas, incluindo os evangélicos. Para ele, o partido precisa ampliar seus canais de escuta e representatividade, mantendo uma atuação plural. Seu discurso é centrado na busca por uma reconstrução partidária mais inclusiva.

Rui Falcão

Ex-presidente do PT e deputado federal por São Paulo, Rui Falcão defende um partido mais à esquerda. Isto é, próximo das lutas populares e com forte presença territorial, inspirado na capilaridade das igrejas evangélicas. Ele propõe criar núcleos ativos do PT nos bairros, com atuação constante junto às comunidades.

Falcão defende que o partido deve manter autonomia em relação ao governo, com liberdade para exercer o papel de “mobilizador social”. O posicionamento do deputado federal é crítico à participação do chamado Centrão na Esplanada dos Ministérios. Para ele, a legenda enfrenta desafios como o distanciamento das bases populares, o desinteresse da juventude, a fragmentação interna e a desinformação.

Valter Pomar

Historiador e dirigente da corrente Articulação de Esquerda, Valter Pomar defende um retorno do PT à sua origem socialista e militante. Ele propõe que o partido reassuma bandeiras históricas, como a Reforma Agrária, a revogação das reformas trabalhista e previdenciária, a industrialização nacional e a soberania alimentar e energética.

Pomar afirma que, se eleito, representará um “giro à esquerda” na legenda, rompendo com o que chama de hegemonia da CNB, vencedora das últimas eleições presidenciais, e defendendo que a direção do partido funcione de forma coletiva, com o presidente como coordenador e porta-voz, e não como figura centralizadora. Assim como Falcão, o petista também é crítico das alianças do governo com partidos ao centro e à direita.

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