A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e para os demais cargos da Mesa Diretora será realizada às 16h deste sábado (1º). Até agora, são candidatos são o favorito Hugo Motta (Republicanos-PB), Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS).
Tal como no Senado, o mandato também é de dois anos e, para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. A eleição será realizada de forma presencial, em urnas no Salão Verde e no Plenário.
Possibilidade de traição
A bancada do PL vive clima de incerteza sobre a possibilidade de haver dissidências na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados neste sábado. Horas antes da votação, lideranças do partido enalteceram a unidade em torno de Hugo Motta (Republicanos-PB), mas admitiram o risco de que o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) atraia votos dos parlamentares mais radicais.
O líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), candidato à primeira-vice-presidência no bloco de Motta, pregou a unidade na legenda, mas disse que não houve fechamento de questão. “Eu acredito que a candidatura do Hugo Motta vai unir o nosso partido”, disse. A votação, no entanto, é secreta, portanto, pode haver traições. A bancada do PL é a maior da Câmara, com 92 deputados.
A dúvida ocorre porque para parcela de deputados do PL é necessário aprovar o projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Lideranças do PL sustentam que Motta está comprometido em dar avanço à pauta, mas o deputado do Republicanos não se manifestou categoricamente a favor da proposta. O projeto está parado em uma comissão especial na Câmara.
Já Van Hattem estampou em seu material de campanha que tem como compromisso a “anistia a todos os perseguidos políticos”, o “impeachment de Lula” e o “combate aos abusos de autoridade”. O partido que ele representa tem apenas quatro deputados, mas suas pautas criam grande identificação entre os deputados bolsonaristas.
Mais cedo, fontes disseram que o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um apelo por unidade aos deputados do PL em favor de Hugo Motta. Um deputado que esteve presente no encontro disse à reportagem que nenhum dos parlamentares se manifestou contra o pedido de Bolsonaro por terem “juízo”.
Lideranças do PL ainda não sabem dizer, também, se a gestão de Motta será melhor para Bolsonaro ou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Palácio do Planalto vê na nova presidência uma esperança de estabilidade na relação com a Câmara. O que se sabe é que o partido de Bolsonaro terá mais poder na Mesa Diretora com Motta. Por outro lado, o PT foi o fiel da balança para a composição da chapa do Republicanos. (Com Agência Câmara de Notícias)