Tiago Fernandes Desde que o presidente norte-americano Donald Trump ameaçou impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, Lula passou a adotar um discurso firme em defesa da soberania nacional. A reação pode ter contribuído para melhorar sua imagem entre os brasileiros. Em nova pesquisa da AtlasIntel/Bloomberg, a aprovação de Lula atingiu 50,2%, enquanto a desaprovação ficou com 49,7%. Essa é a primeira vez em 2025 que as avaliações positivas do presidente superam as negativas.
Essa reversão na percepção pública marca uma virada em relação aos meses anteriores. A tendência de alta começou em maio, justamente quando Trump fez as primeiras ameaças comerciais. Embora o tarifaço tenha sido oficializado apenas no fim de julho, quase 700 produtos brasileiros foram deixados de fora, sinalizando uma vitória parcial da diplomacia brasileira. O discurso nacionalista e as ações de Lula diante da crise internacional parecem ter reforçado sua imagem de liderança ativa no cenário global.
De acordo com a pesquisa, a gratuidade de medicamentos no Farmácia Popular, a isenção de IR para salários até R$ 5 mil, o Desenrola Brasil, a retomada do Minha Casa, Minha Vida e a retirada de garimpeiros de terras indígenas também contribuíram para uma maior aprovação.
A melhora contrasta com a piora de adversários políticos. Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, registra agora 55% de imagem negativa e apenas 44% de positiva. A percepção pública do ex-presidente piorou no mesmo período em que Lula ganhou espaço ao enfrentar as ameaças comerciais vindas dos EUA, medidas que aliados de Bolsonaro tentaram usar politicamente contra o governo petista.
Por faixa de renda, Lula tem sua maior aprovação entre os que ganham mais de R$ 10 mil (60,2%), enquanto a maior rejeição vem da faixa entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (56,4%). Regionalmente, o Nordeste lidera em apoio a Lula (66,1%), enquanto o Norte concentra a maior desaprovação (70,3%).
*Com informações do Estadão Conteúdo
