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Neste Dia da Infância, educadoras apontam comportamentos que devem ser proibidos

Adultização infantil tomou conta das rodas de conversa, trazendo à tona a exposição precoce de crianças

Ser criança em tempos de TikTok, Instagram e YouTube é estar cercado constantemente por uma enxurrada de informações e condutas, mas, com o exposed realizado pelo influenciador Felca sobre adultização infantil, os comportamentos que devem ser permitidos e os que devem ser proibidos, principalmente na internet, voltaram a ser assunto entre os adultos.

O Dia da Infância, comemorado neste domingo (24), corrobora para o debate sobre exposição precoce e sem filtro de crianças por adultos, além de crianças reproduzindo padrões e atitudes dos mais velhos, incluindo a sexualização.

De acordo com a diretora pedagógica Audrey Taguti, a infância é uma fase insubstituível, que deve ser vivida em plenitude para que cada criança se desenvolva de forma saudável. “No desenvolvimento global do indivíduo, cada degrau é uma fase, e pular etapas faz com que a maturidade não acompanhe o que está sendo vivido”, explica a profissional.

Para Audrey, a sociedade atual, marcada pela aceleração e pela exposição precoce a estímulos do mundo globalizado, muitas vezes acaba antecipando a primeira infância e impondo experiências que não cabem à idade.

Essa distorção se manifesta em diferentes situações, desde o uso de roupas sexualizadas, até a entrega de celulares e acesso irrestrito às redes sociais. 

“Cada fase precisa ser vivida com seus próprios brinquedos, vivências e limites. Quando isso não acontece, etapas ficam inacabadas”, ressalta Audrey. Para ela, cabe às famílias e escolas fortalecer o caráter das crianças por meio de experiências culturais e pedagógicas e adotar a tecnologia sempre vigiada por adultos.

Para Renata Alonso, coordenadora pedagógica de educação infantil, conviver com crianças de faixa etária aproximada contribui para o desenvolvimento social e emocional. 

“É nesse contexto que elas aprendem a lidar com regras, resolver conflitos e desenvolver habilidades socioemocionais. Além disso, o faz de conta permanece como uma das formas mais ricas de aprendizado: ao simular papéis sociais, a criança ensaia situações da vida real dentro de um universo seguro, ampliando sua compreensão do mundo e de si mesma”, explica Renata.

Por outro lado, comportamentos que antecipam vivências adultas, como o uso frequente de maquiagem, roupas que sugerem uma sexualização da criança, consumo de conteúdos voltados para adultos ou a adoção de posturas que imitem sensualidade, devem ser evitados ou redirecionados pelos responsáveis.

Ainda sobre a relação dos pequenos com a internet, as especialistas ressaltam que o uso sem supervisão das redes sociais é um dos principais vetores da adultização infantil. A exposição exagerada, a comparação com padrões irreais e a busca por validação por meio de curtidas e comentários afetam diretamente a autoestima e a saúde mental. 

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Edição 42

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