O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu, nesta quinta-feira (21), às críticas do pastor Silas Malafaia, que o chamou de “babaca”. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar adotou tom conciliador, afirmou “estar junto” do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e tentou minimizar o atrito.
Na avaliação de Eduardo, as medidas cautelares impostas a Malafaia configuram um ato de “desespero”. O pastor foi alvo da operação da Polícia Federal, que incluiu busca e apreensão contra o religioso, além da retenção de passaporte. O deputado federal, por sua vez, foi indicado pela coporação por obstrução de Justiça no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.
“É aquela situação do desespero, que não sabem mais o que fazer. Tem gente até achando que o [Donald] Trump vai mudar de ideia ou pensando que é igual o Brasil, que a depender do escritório de advocacia que você contrate eles podem reverter as coisas. Nos Estados Unidos, a banda toca diferente. Tamo junto, pastor. O senhor, igual a mim, está preocupado com Brasil e com os brasileiros. Bola para frente”, disse.
Veja a publicação:
Minha resposta para o @PastorMalafaia pic.twitter.com/1RQTgUepuK
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 21, 2025
Segundo o filho do ex-presidente, Bolsonaro defendeu que os áudios foram obtidos pela corporação em uma “fishing expedition” contra o pai. O temo é uma expressão utilizada para descrever uma investigação sem foco definido, na esperança de encontrar algo incriminador.
“Alexandre de Moraes e Flávio Dino estão tendo um tempo muito ruim com os bancos, sabem que não vão ganhar essa parada, pois não existe cenário de vitória para o STF. Diante disso tudo, estou aqui para dizer o seguinte: pastor Silas Malafaia, tamo junto [sic]. O senhor está sofrendo os últimos atos desse regime”.
Indiciamento
Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro foram indicados nesta quarta (20) por obstrução de Justiça no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Segundo relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro teria cogitado pedir asilo político ao presidente argentino Javier Milei, enquanto Eduardo, nos Estados Unidos, buscava apoio internacional para sanções contra ministros da Corte. A apuração teve início em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O pastor Silas Malafaia também foi alvo da operação, que incluiu busca e apreensão e retenção de passaporte. Ele retornou nesta quarta de Lisboa e seguiu direto para depoimento no Rio de Janeiro. Já Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais, permanece sob investigação prorrogada pelo ministro Alexandre de Moraes por mais 60 dias, devido à necessidade de novas diligências.