O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou nesta sexta-feira (9) a sua filiação ao PSD, partido comandado nacionalmente por Gilberto Kassab. A entrada na nova legenda marca o encerramento de um ciclo de 24 anos no PSDB, partido pelo qual construiu sua carreira política e foi candidato à presidência em 2022.
Durante a cerimônia, realizada no gabinete da direção nacional do PSD em São Paulo, Leite não escondeu a ambição: afirmou estar pronto para liderar uma candidatura à Presidência da República nas eleições de 2026. Ele ressaltou, no entanto, que o projeto deverá ser coletivo.
“Me sinto em condições e pronto para liderar o projeto. O Kassab sabe dessa aspiração, o partido sabe desse desejo, mas também que não será a qualquer custo. O momento pede menos nomes e mais debate sobre um projeto de país”, declarou.
Leite também revelou que discutiu o assunto com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, correligionário e também cotado como possível nome do PSD para o Planalto. Segundo ele, há convergências importantes entre os dois, e o foco deve ser a superação da polarização política no país.
“Não contem comigo para prévias. Acredito que, no tempo certo, saberemos qual o melhor caminho. Tenho convicção de que o desejo que ele [Ratinho] tem é o mesmo que o meu: apresentar um caminho de equilíbrio para o Brasil”, disse.
Presente na filiação, Gilberto Kassab confirmou que o partido agora conta com dois pré-candidatos à Presidência: Leite e Ratinho Júnior. Questionado sobre um eventual apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Leite afirmou que tudo dependerá do projeto.
“Se houver um plano comum e o partido entender que outra liderança pode melhor conduzir esse projeto, que assim seja”, pontuou o governador gaúcho, que também não descartou disputar uma vaga no Senado, caso a candidatura presidencial não se concretize.
No discurso, Leite defendeu a responsabilidade fiscal, criticou de forma velada o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reforçou a necessidade de um “centro que se posiciona”.
“Muito feliz e motivado com minha filiação ao @psdnacional55 — um espaço de diálogo, equilíbrio e compromisso com o Brasil real. Aqui encontrei a convergência necessária para superarmos a polarização e construirmos um país mais unido. Vamos juntos. Agora é 55!”, escreveu.
Com sua chegada, o PSD passa a contar com quatro governadores em exercício: além de Leite e Ratinho, estão na sigla Raquel Lyra (PE) e Fábio Mitidieri (SE).
A desfiliação de Eduardo Leite ocorre no momento em que PSDB e Podemos avançam em negociações para uma possível fusão. O nome do gaúcho era apontado como opção de consenso para liderar um projeto nacional da futura legenda.
Leite, no entanto, afirmou que chegou a sugerir uma fusão entre PSDB e PSD, mas que o entendimento tomado pelo partido foi diferente.
“Respeito a decisão, mas entendi que o PSD já possui uma estrutura que se alinha ao que acredito. No estágio atual da minha vida política, posso contribuir mais nesse ambiente.”