O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que está trabalhando para impedir que a comitiva de senadores brasileiros consiga abrir diálogo com o governo americano. A declaração foi feita durante entrevista concedida ao SBT após sua participação na Cúpula Conservadora do Brasil, em Miami, evento voltado à comunidade brasileira nos EUA.
Segundo Eduardo, o grupo de parlamentares ignora o que ele considera uma “crise institucional” no Brasil e transmite, equivocadamente, a ideia de que seria possível negociar um “meio-termo” com os Estados Unidos. O deputado voltou a defender a aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, articulada pelo presidente Donald Trump.
“A comitiva prolonga o sacrifício dos brasileiros ao sugerir que há espaço para acordos, quando, na verdade, o problema é político, não econômico”, disse. O parlamentar ainda afirmou que “Trump não está atacando a soberania do Brasil, mas defendendo os interesses dos americanos”, e classificou a situação como uma “guerra” institucional.
Eduardo Bolsonaro também declarou esperar que sanções adicionais contra autoridades brasileiras sejam anunciadas nos próximos dias. Ele mencionou, especificamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusa de “judicializar a política”. O deputado está com os bens bloqueados e sob investigação no inquérito das milícias digitais, em tramitação no STF.
Na mesma linha, criticou o sistema judiciário brasileiro, alegando que o país “não tem se comportado como uma democracia ocidental” e comparou o cenário atual ao da Venezuela. Disse ainda que não pretende renunciar ao mandato e minimizou as críticas sobre sua permanência nos Estados Unidos. O STF afirmou que não irá comentar sobre as declarações do deputado.