O céu promete encantar em 2025 com um calendário astronômico repleto de fenômenos fascinantes. Entre as principais atrações estão 12 chuvas de meteoros, superluas, conjunções planetárias e quatro eclipses – dois solares e dois lunares –, que poderão ser apreciados a olho nu em diversas regiões do Brasil.
Para guiar os apaixonados por astronomia, o Observatório do Valongo, da UFRJ, lançou o Calendário de Efemérides Astronômicas. A publicação realizada desde 2016, tem como objetivo popularizar a ciência a partir da astronomia e traz mapas celestes, tabela de fases da lua e informações sobre pesquisas astronômicas, permitindo que todos aproveitem o espetáculo cósmico em sua plenitude.
Para ajudar quem deseja explorar o céu, o GPS|Brasília preparou uma lista com os principais eventos astronômicos do ano. Confira abaixo!
Superluas
A superlua é um fenômeno astronômico que ocorre quando a Lua cheia (ou, em alguns casos, a Lua nova) coincide com o ponto de sua órbita mais próximo da Terra, chamado de perigeu. Nesse momento, a Lua pode parecer até 14% maior e 30% mais brilhante no céu em comparação com uma Lua cheia no apogeu (o ponto mais distante da Terra).
Embora a diferença no tamanho seja sutil e difícil de perceber a olho nu, a superlua costuma atrair muita atenção por sua beleza e pelo impacto visual, especialmente quando está próxima ao horizonte.
O evento é uma ótima oportunidade para observadores e fotógrafos apreciarem a Lua em toda a sua magnitude e segundo a publicação, neste ano de 2025 teremos três superluas, sendo uma no dia 6 de outubro, 5 de novembro e a terceira no dia 4 de dezembro.
Cometas mais brilhantes
Os cometas são verdadeiras relíquias do Sistema Solar, compostos por poeira e gelo, que encantam ao passar próximos ao Sol. Em 2025, alguns desses astros prometem iluminar o céu, oferecendo um espetáculo para os amantes da astronomia. Entre os destaques está o C/2024 G3 (ATLAS), que poderá ser observado com binóculos no final da madrugada de janeiro e, mais tarde, no início da noite, alcançando seu brilho máximo nesse mesmo mês.
Outro visitante esperado é o 24P/Schaumasse, visível entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026. Embora seu auge ocorra no próximo ano, pequenos telescópios permitirão que os curiosos observem este cometa durante as madrugadas de dezembro. Por fim, o 210P/Christensen fecha o ano com uma aparição entre outubro e dezembro, destacando-se em novembro, quando poderá ser observado no final da madrugada.
Eclipses
Um eclipse é um fenômeno astronômico que ocorre quando um corpo celeste se posiciona entre outros dois, bloqueando parcial ou totalmente a luz que um deles recebe. Os dois tipos mais conhecidos são o eclipse solar e o eclipse lunar, ambos visíveis da Terra.
Eclipse solar: acontece quando a Lua se alinha entre a Terra e o Sol, projetando sua sombra na superfície terrestre e bloqueando a luz solar. Dependendo do alinhamento, o eclipse pode ser total, parcial ou anular. Durante o eclipse total, o céu pode escurecer temporariamente, criando um espetáculo único.
Eclipse lunar: ocorre quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que reflete na Lua. Nesse caso, a Lua pode adquirir um tom avermelhado, conhecido como lua de sangue, devido à refração da luz na atmosfera terrestre. Esse tipo de eclipse pode ser visto de qualquer lugar do planeta onde a Lua esteja acima do horizonte.
No ano de 2025, teremos 4 eclipses, sendo dois lunares totais e dois solares parciais. Os eclipses lunares ocorrerão em 13 e 14 de março, com visibilidade em todo o Brasil, e em 7 e 8 de setembro, mas não poderão ser observados no país. Já os eclipses solares parciais, quando a Lua bloqueia apenas parte da luz do Sol, estão previstos para 29 de março e 21 de setembro, porém, ambos não serão visíveis em território brasileiro.
Chuva de meteoros
Uma chuva de meteoros é um fenômeno astronômico no qual um grande número de meteoros — popularmente conhecidos como “estrelas cadentes” — parece irradiar de um ponto específico no céu, chamado de radiante. Isso ocorre quando a Terra atravessa a trilha de partículas deixadas por um cometa ou asteroide. Essas partículas, ao entrarem na atmosfera terrestre em alta velocidade, queimam devido ao atrito com o ar, produzindo rastros luminosos. Segundo o Observatório Real de Greenwich, neste ano, teremos 12 chuvas de meteoros importantes, saiba quais:
- Quadrântidas
Atividade: 26 de dezembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025
Pico: 3 a 4 de janeiro
Taxa máxima: 120 meteoros/hora - Líridas
Atividade: 16 a 25 de abril
Pico: 22 de abril
Taxa máxima: 18 meteoros/hora - Eta Aquáridas
Atividade: 19 de abril a 28 de maio
Pico: 5 de maio
Taxa máxima: 40 meteoros/hora - Alfa Capricornídeos
Atividade: 3 de julho a 15 de agosto
Pico: 30 de julho
Taxa máxima: 5 meteoros/hora - Delta Aquáridas
Atividade: 12 de julho a 23 de agosto
Pico: 30 de julho
Taxa máxima: 25 meteoros/hora - Perseidas
Atividade: 17 de julho a 24 de agosto
Pico: 12 de agosto
Taxa máxima: 150 meteoros/hora - Dracônidas
Atividade: 6 a 10 de outubro
Pico: 8 de outubro
Taxa máxima: 10 meteoros/hora - Oriônidas
Atividade: 2 de outubro a 7 de novembro
Pico: 22 de outubro
Taxa máxima: 15 meteoros/hora - Tauridas
Atividade: 10 de setembro a 20 de novembro
Pico: 10 de outubro
Taxa máxima: 5 meteoros/hora - Leônidas
Atividade: 6 a 30 de novembro
Pico: 17 de novembro
Taxa máxima: 15 meteoros/hora - Geminídeas
Atividade: 4 a 20 de dezembro
Pico: 14 de dezembro
Taxa máxima: 120 meteoros/hora - Úrsidas
Atividade: 17 a 26 de dezembro
Pico: 22 de dezembro
Taxa máxima: 10 meteoros/hora
Periélio e afélio
Periélio e afélio são os momentos da órbita elíptica em que um corpo celeste está mais próximo e mais distante do Sol, respectivamente. Para a Terra, o periélio ocorre no início de janeiro, quando o planeta fica a cerca de 147 milhões de quilômetros do Sol. Já o afélio acontece em julho, com a Terra a aproximadamente 152 milhões de quilômetros da estrela.
Essas distâncias não afetam diretamente as temperaturas globais, já que as estações do ano são causadas pela inclinação do eixo terrestre e não pela proximidade ao Sol. Esses fenômenos reforçam que as órbitas dos planetas são elípticas, conforme explicam as leis de Kepler.
O ano de 2025 também será marcado por várias conjunções planetárias, fenômenos em que dois ou mais planetas aparecem alinhados no céu. Confira as datas:
- 2 de janeiro: Lua, Vênus e Saturno formarão um trio no começo da noite, direção oeste.
- 20 de janeiro: Vênus e Saturno estarão em conjunção na constelação de Aquário, visíveis no começo da noite, direção oeste.
- 31 de janeiro: Novo trio entre Lua, Vênus e Saturno, também no início da noite, direção oeste.
- 5 de março: Vênus e Mercúrio juntos no horizonte oeste durante o crepúsculo.
- 19 de abril: Vênus, Saturno e Mercúrio formarão um trio antes do amanhecer, na constelação de Peixes, com Netuno visível ao fundo.
- 25 de abril: Lua, Vênus, Saturno e Mercúrio se encontram no leste antes do amanhecer, em um dos mais belos espetáculos do ano.
- 4 de julho: Vênus e Urano em conjunção no nordeste antes do amanhecer, com Urano visível apenas com binóculos em locais escuros.
- 12 de agosto: Vênus e Júpiter formarão um par brilhante antes do amanhecer, direção nordeste, na constelação de Gêmeos.
- 19-20 de agosto: Lua, Vênus e Júpiter criarão um belo trio celeste na constelação de Gêmeos, direção nordeste.
- 23 de outubro: Lua, Marte e Mercúrio formarão um trio visível ao anoitecer, na constelação de Libra, direção leste.