Drogas ilícitas podem antecipar esquizofrenia

A esquizofrenia afeta 23 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). É um transtorno mental crônico que tem causas genéticas e provoca sintomas como alucinações e delírios. No dia 24 de maio, é lembrado o Dia Nacional da Pessoa com Esquizofrenia.

 

As drogas ilícitas podem ser fatores que desencadeiam o início dos sintomas. O uso precoce, ainda na adolescência, de substâncias psicoativas pode ser decisivo na manifestação das primeiras crises.

 

“Quanto mais cedo se apresentarem os sintomas, pior o prognóstico do paciente, que corre mais riscos de recaídas. Não existe cura. O paciente tem que usar os medicamentos para o resto da vida”, explica o psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia Norte.

 

É preciso ficar atento a episódios de distorções nos pensamentos e quando a pessoa escuta ou vê o que não existe. Em muitos casos, permanece a crença em atos ou situações, mesmo depois de provas de que as ideias não se sustentam.

 

A única maneira de diagnosticar a esquizofrenia é com a investigação psiquiátrica, em consultório, já que não há exames que constatem o distúrbio. Não existem ainda indícios de outras causas além da pré-disposição genética. Geralmente, nas pessoas em que se manifestam os sintomas existe histórico na família de problemas similares. “Existem alguns estudos que buscam identificar populações de ultra risco. São pacientes filhos ou parentes diretos de esquizofrênicos”, conta o médico.

 

As pesquisas sobre a esquizofrenia trabalham com possibilidades de tratamento para evitar o agravamento da doença. “Em alguns desses estudos, existe uma postura polêmica de prevenção que seria tratar os pacientes antes mesmo do aparecimento dos primeiros sintomas como uma forma de prevenir. Quando se chega na fase sintomática, é uma doença que vem acontecendo há algum tempo, um desenvolvimento avançado”.

 

Tratamento

Embora não exista cura para a esquizofrenia, é necessário ter disciplina para tomar os remédios. O avanço da medicina contribuiu para a facilidade no tratamento. “Hoje temos medicamentos que dão excelente resposta e qualidade de vida para os pacientes. Existem injeções aplicadas mensalmente, trimestralmente e, nos Estados Unidos, até semestralmente”, revela. 

 

 

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